quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

dilema

quero...
e quero agora!
tanto, sempre... pra sempre por enquanto.
cheio, completo, tempestade em copo d'água.
o copo d'água todo num gole só.
menos parar pra respirar, menos dormir, pensar...

fogo, por favor!
um corpo em chamas (só pra chamar a atenção),
pra te chamar de assassina e renascer do meu sadismo.

quero...
e quero tanto!
por enquanto,
que me importa?
a eternidade do momento,
nas pequenas coisas
na vida pequena
nessa coisa toda,
que não se entende...

fogo, por favor!

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seria melhor ter ficado em silêncio?

sábado, 26 de janeiro de 2008

fim do silêncio

(em seu furor)
eu sei que ela pensa em ti,
e fecha os olhos.
e se tranca no quarto,
para pensar em ti.
até morta pensará em ti.

...

toque a valsa nº 6

domingo, 20 de janeiro de 2008

um pouco de silêncio

-"Como escrever pra você sem me expor?"

-"Como não me expor com tanto silêncio?"

...

sábado, 12 de janeiro de 2008

As cento e cinquenta paixões assassinas, ou de quarta classe...

"Durante a noite, o Duque e Curval, escoltados pela Desgranges e a Duclos, levam Augustine ao jazigo. Sua bunda está em péssimo estado; açoitam-na e cada um a enraba sem esporrar; depois, o Duque inflige-lhe cinquenta e oito feridas nas nádegas, e verte óleo fervendo em cada uma delas. Ele lhe enfia um ferro quente na cona e no cu, e a fode sobre as feridas com um condom [n.t.: do inglês, preservativo masculino, precursos da atual camisa de vênus] de pele de cão do mar, o qual rasga de novo as queimaduras . Feito isto, descobrem seus nervos em quatro lugares formando uma cruz, amarram cada ponta desses nervos a um torniquete e giram, o que lhe alonga essas partes delicadas e a faz sofrer dorer incríveis. Dão-lhe uma trégua, para melhor fazê-la sofrer, e retomam a operação, dessa vez, esfolando-lhe um buraco na goela, pelo qual trazem para baixo e fazem passar sua língua; queimam-lhe em fogo brando a mama que lhe resta; em seguida, enfiam na sua boceta uma mão armada de um escalpelo com o qual rasgam a parede que separa o ânus da vagina; tiram o escalpelo, enfiam a mão de volta, vasculham suas entranhas e forçam-na a cagar pela boceta; então , pela mesma abertura, vão romper-lher a bolsa do estômago. Depois voltam ao rosto: cortam-lhe as orelhas, queimam-lhe o interior do nariz, furam-lhe os olhos deixando destilar cera de Espanha fervendo dentro, retalham-lhe o crânio, enforcam-na pelo cabelos amarrando pedras em seus pés, para que ela caia, arrancando seu crânio. Depois dessa queda, como ela ainda respira, e o Duque fode sua boceta nessa estado; ele esporra e fica ainda mais furioso. Abrem-na, queimam-lhe as entranhas no próprio ventre, antes de enfiarem uma mão armada de um escalpelo que vai furar seu coração por dentro, em vários lugares. Só então ela devolve sua alma. Assim pereceu, aos quinze anos e oitos meses uma das mais celestes criaturas que a natureza criara [...]"

[SADE, Marquês de. "Os 120 dias de Sodoma", pág. 348, Editora Iluminuras, 2006]
__________________"Cento e vinte dias, quinhentas e noventa e oito paixões. O desejo lançado ao infinito"

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Nossa, agora o ano é outro!
Dizem que é vida nova e desejam um monte de coisas, fazem pedidos e promessas... Eu não, quero que tudo continue como está, fluindo, indo para onde tem que ir, se é que realmente tem... Não quero me preocupar muito, nem fantasiar. Deixa assim, quase indolente, irresponsável.
Não quero outro, não me seduzo mais por novidades requentadas. Que seja o mesmo, que seja igual, ainda que reserve um bocado de surpresas.

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Não era sobre isso que eu ia falar...
Talvez fosse melhor dizer que os últimos dias foram muito bons, intensos e cansativos. Rodeado de pesssoas que eu gosto, fazendo coisas legais, em lugares interessantes. Simples assim...