terça-feira, 23 de setembro de 2008

crio
crio tantas coisas

[ , ]

tantas armas
armas imaginárias

[ ? ]

imaginação pra me matar

[ ... ]



morrer

[ ! ]

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o processo criativo de morrer.
a imaginação usada contra si mesmo.
quanto pontos perdidos, cheios de si, em sua suposta indecifribilidade!

[acho que eu gosto mesmo é da suas palavras dançando no (meu) espaço em branco, assim como dos silêncios que só poderiam vir de você...]

sábado, 13 de setembro de 2008

"Para Nietzche, o feminismo é a operação pela qual a mulher quer parecer com o homem, com o filósofo dogmático, reivindicando a verdade, a ciência, a objetividade, quer dizer, toda a ilusão viril. Deixar o lugar da submissão feminina em busca de emancipação é instalar-se no tradicional lugar masculino?"


(RODRIGUES, Carla. Alianças e tensões: Desconstrução, feminino e feminismo in Mente, Cérebro & Filosofia, pág. 80. Ago/2008)

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cá estou mais uma vez importunando o ideário feminista...
não sei até onde concordo com a afirmação acima, mas é uma impresão forte que tenho muitas vezes. que, ao deixar um lugar de submissão busca-se tomar como "imagem e semelhança" o papel do opressor, e nisso a pergunta final vem bem a calhar: é o "tradicional lugar masculino" que querem?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

filantropia é quando fazem campanha pra estuprar com camisinha

domingo, 7 de setembro de 2008

"você é tão moderno, se acha tão moderno, mas é igual a seus pais. é só questão de idade, passando dessa fase, tanto fez, tanto faz."

(A Dança)

"tá todo mundo dançado, eu também quero dançar. todo mundo dançando esperando a missa começar."

(A Missa)
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teu cheiro me lembra aquela época...

por onde foi que eu passei que tanto tempo se passou?

...mas você não vai ouvir mesmo, então eu grito pras paredes.

II

Limpo a boca
No guardanapo usado
Esquecido sobre a mesa,
Marcado de teus lábios
E de injúrias indigestas
Vomitadas no carpete.

Esgotado em poucas gotas
Limpo a boca em teu lençol.
Não me sinto menos sujo,
Mas agora estou ausente
Por dúvidas entreabertas,
Saciadas as certezas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

I

boca suja,
suja pra caralho!
de merda e biscoitos finos
de "porra" e "amém"
("amém, porra").
enche a boca pra falar
o que se diz por diversão,
quando se cala por pudor.


bocas tristes
de tristes libertinos
sodomizados pelos bons costumes,
que beijam, que escarram
com paixão devota
outras bocas,
escuras como a sua,
suja como nenhuma outra.