quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

de um segundo

"(...) é tão bom saber que tem essas pessoas nas nossas vidas que só esperam que sejamos felizes porque acham que a gente merece ser feliz."

li isso há trinta segundos atrás (http://bettypurpurina.wordpress.com/ postado em 15/12/2010) e não pude evitar que, de alguma forma, também me tocasse de uma maneira inesperada e me fizesse pensar... Gosto da maneira incomum como relações interpessoais conseguem me sensibilizar, observar e perceber essa cadeia de vínculos e afetos que vai se formando e como o que você faz e diz (às vezes as menores besteiras) acaba marcando profundamente quem está ao seu redor, mesmo que não tenha sido essa a intenção imediata. Sei  lá, talvez o caso seja que eu dê valor agora, como nunca antes, (ou perceba de uma nova maneira) às pessoas que acreditam que você é mais do que você mesmo acredita ser e acabam por fazer você querer ser assim. Somos nós, no fim nos amparando em outros corações...

E digo mais: muito melhor do que ter pessoas dessas na sua vida é quando é você que encontra alguém que você quer que seja feliz, porque você acredita nela e sabe que merece, simplesmente por ser quem é (numa certeza egoísta e arbitrária). E tentar fazer esse alguém feliz acaba sendo o mínimo que se pode fazer, por você e por ela (ainda que não se acredite nessa tal felicidade). É... acho que é mais ou menos o que eu sinto, viu?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"A literatura nos dá sempre algo que a vida não nos acaba de dar. E isso se deve à condição humana: fomos feito de tal maneira que vivemos só uma vida, mas temos uma imaginação, uns desejos, uns apetite que nos faz querer não uma, senão mil vidas."

(Mario Vargas Llosa)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

nota

ela não sabe, mas ao abrir seus dois braços curtos (brancos) - ao oferecê-los para mim num abraço forte, vigoroso - consegue alcançar a lua.

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simples assim...

"Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?"

(...)

"No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor."

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

termo

venha sem aviso
de repente
invisível

e me leve o mais
rapidamente
possível

(arnaldo antunes. n.d.a.)
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...assim, sem meio termo

porque quando eu abro esse livro [essa beira de abismo] é teu cheiro que eu sinto...
e eu ainda tenho uma história inteira pra ler [na tua letra cursiva].