segunda-feira, 28 de março de 2011

alguma linhas bobas sobre um e-mail em power point

Normalmente eu costumo apagar direto os spams que recebo por e-mail, em especial esses com mensagens de auto-ajuda, espirituais, de "amor e luz" e blá blá blá. Tudo muito tosco, mal-feito, inoportuno e piegas pro meu gosto... Mas, puxa, dessa vez eu recebi um que eu achei muito legal, por casar com muita coisa que penso, quase que diariamente, sobre a vida (a minha especificamente). É um cara supostamente entrevistado pela revista IstoÉ, não chequei a veracidade, até por que não me importa.

"Pergunta: Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus, isso é verdade?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade: A primeira, é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema.
Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, ou por não ter comprado isto ou aquilo, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida. Todos, na hora da morte.... "dizem se arrepender de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.”... aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas”.

Eu penso exatamente assim sobre essas quatro "loucuras" e me impressiona o quanto uma está tão intimamente ligada à outra. As pessoas de forma geral adoram considerar e impor uma única maneira de agir e se comportar (o jeito "certo") e normalmente ele passa por ter sucesso e comprar muitas coisas, com o objetivo (suposto e vão) de ser "feliz", como se a vida fosse um caminho reto, pré-definido.

Quem acompanha minhas postagens há algum tempo sabe o quanto esses assuntos rondam meus pensamentos e o quanto eles me incomodam... ninguém é feliz porque tem sucesso, ninguém é feliz por poder comprar muitas coisas e definitivamente, ninguém é feliz todos os dias (ainda bem!). Essa vida que querem nos vender não existe e no máximo vai nos fazer perder o tempo em que poderíamos aproveitar as nossas próprias e nos tornar infelizes e desgostosos pelo que não temos, por mais que consigamos coisas estaremos sempre em busca de algo mais, que não está lá e por isso é inalcansável... Acredito, como foi colocado acima, numa coisa muito menor, mais palpável e recompensadora. Acredito na pluralidade de caminhos, todos eles por descobrir, passo a passo (aquela coisa clichê, mas tão verdadeira de "o caminho se faz ao caminhar"). Acredito na imensa felicidade que contém momentos triviais, que poderia passar desapercebido no turbilhão do dia-a-dia; uma tarde no cinema, um jantar agradável, uma mesa de bar, acordar ao lado de alguém especial, a sensibilidade de poder desfrutar a parte que nos cabe da melhor maneira... enfim, não quero soar sentimentalóide (comercial de margarina!), mas é isso. Pra saber que, por mais que coloquemos para nós um objetivo e lutemos para alcancá-lo, não é isso que vai nos tornar plenos, satisfeitos, não nos tornaremos pessoas melhores asssim (se é que é esse o objetivo).

E que fique claro que não significa que eu não dê importância às coisas que podemos comprar ou aos benefícios em ter uma vida bem sucedida (seja lá o que isso signifique e ainda acho que pra cada um signifique uma coisa).Sei lá, ainda tem muitas coisas que eu espero poder desfrutar e que eu possa proporcionar às pessoas que eu gosto, muitas delas materiais ou que dependem de uma condição financeira razoável, mas de maneira nenhuma é isso que me move, não é o que eu espero levar da vida e nem quero que seja essa a imagem que as pessoas façam de mim. E mais além, que eu tenha paciência e discernimento pra saber superar momentos infelizes que eu sei que terei, justamente pra poder valorizar o que vier de felicidade...

quarta-feira, 23 de março de 2011

preciso te contar uma coisa

, é que tem horas que eu simplesmente não sei o que dizer, nem como, aí eu me calo. ou arrisco alguns assuntos superficiais.
na verdade eu tenho muito o que falar, mas eu guardo, por princípios,  pudor ou preguiça. há ouvidos e ouvidos, cabeças e cabeças... e pra algumas eu simplesmente não gostaria, não faço questão de dizer o que penso (ou dispenso todo o trabalho). pra essas ocasiões eu tenho sempre um sorriso amarelo e um leve balançar de cabeça.

mas pra você... pra você eu arrisco, me exponho, entrego ingenuamente meu melhor e meu pior (na expectativa de que seja o melhor que se sobresaia). inundo teu ouvido com uma infinidade de palavras, um desencontro de ideias, opiniões e pensamentos (e piadas, claro). e como uma criança, preciso da tua aprovação, preciso que você escute, inclusive com os olhos, as bobeiras que eu tenho pra dizer e que pra mim são muito importantes (preciso que você diga que meu desenho é bonito!). preciso que você me admire e me ache uma pessoa especial... mesmo eu sendo só mais um.
veja bem, meu bem, eu não quero SER uma pessoa especial, mas queria parecer assim. que você fosse cega o suficiente pra me achar especial...
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sabe como é, né?

quinta-feira, 10 de março de 2011

veja bem, meu bem

"(...) Se felicidade é brinquedo? Em potencial talvez seja, mas que graça haveria num brinquedo que já contém em si toda a brincadeira?
Eu quero agir, movimentar, montar, mexer (com você, em você).
É brinquedo nas mãos de gente grande (nas minhas, nas tuas), essa gente que perde o jeito da coisa... e será que nós ainda sabemos brincar? E ver encanto em uma bolinha de sabão, graça em andar sem pisar nas linhas dos desenhos das calçadas, e se divertir pulando em uma poça d'água, e se molhar, e tudo bem se isso acontecer. Será que conseguimos?
Afinal, não é isso mesmo que o brinquedo vende? A brincadeira, a felicidade em se brincar... (...) brincar de construir, blocos de montar, peça por peça, cuidadosamente para não desabar, e se acontecer, paciência, sentar e construir tudo de novo.

Já havia escrito isso há alguns dias, porém pareceu-me muito acertado voltar aos rascunhos e reorganizar, e voltar a pensar, e fazendo isso percebi que tudo vem muito ao encontro do que conversamos outro dia (conversa calorosa), de valorizar as coisas pequenas, as possibilidades, e achar graça nisso, e não cobrar tanto de si e dos outros para que as coisas sejam mais do que podem ser, essa mania de gente grande (e tola) de querer sempre mais, e as vezes perder o encanto, talvez singelo encanto, daquilo que é fundamental, e por assim ser, passa desapercebido.
(...) É assim que deve ser, é assim de há de ser comigo, com você, e esta certo, pois é isso, é fundamental.
E que a gente continue "se brincando".
(e muito mais...)"

* excertos de uma carta encontrada dentro de uma garrafa à deriva no mar ou de frases pixadas pelos muros da cidade ou psicografadas por um médium ou ainda rabiscadas nas linhas de um caderno (ou será que eu sonhei?)... vai saber.
a autoria talvez eu saiba, mas não ouso dizer... e o que ela sabe que eu não sei?
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"Felicidade...felicidade é brinquedo, é um quebra-cabeça espalhado no teu corpo, tua boca, teu gosto, as palavras, os sorrisos, os olhos, o olhar, a pele, os cravos, os pelos, o cheiro, o formato dos joelhos quando está sentado, teu jeito de andar, de falar, de pensar, de fazer...
A junção de todas essas peças...você...e talvez também a peça que me faltava..."

sigo assim.

sexta-feira, 4 de março de 2011

repisando folhas mortas

“Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cale-se!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cale-se!)

“Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cale-se!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno”

(C. Buarque)
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há infinitas maneiras de viver e de morrer... que eu invente as minhas.