segunda-feira, 17 de outubro de 2011

(...)

e agora eu ia começar a ler as obras completas do sr. fulano de tal, mas fiquei com preguiça...
preguiça daquelas compridas e arrastadas
de início de tarde dominical.
do gato deitado ao sol.

não, não há vergonha em haver preguiça!
antes a preguiça do que milhares (ou uma dúzia, não importa) de linhas pesando nos olhos.
o português culto de pessoas cultas num rococó pós-moderno.
ideias absurdas rondando minha mente, criando alucinações e distorcendo minha visão...
se eu lesse um parágrafo que fosse daquelas histórias (o labirinto discursivo) iria achá-las pretensiosas e só. iria preferir ir lá pra fora, olhar as nuvens.
e me daria tédio a celebração do intelecto superior, da alma sensível do artista.

desculpe-me, não queria soar grosseiro, sr. fulano de tal.
é só preguiça da sua mania de saber muita coisa e da sua pulsão criativa, que cria coisas belas e ocas. é preguiça de qualquer coisa, ainda mais daquelas que demandam esforço inútil. de todos os textos que começam com um "senhoras e senhores, um minuto de vossa atenção pois venho-lhes trazer a revelação universal", ainda que implicitamente. você sabe que é isso que pensa quando põe-se a bater dedos num teclado ou quando ataca furiosamente a folha branca com sua tinta esferográfica.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

the bike days are back!

depois de quase três anos ensaiando, criei ânimo e voltei a andar de bicicleta.
quer dizer, foi um dia só (hoje) e eu quase morri de cansaço, mas espero continuar animado. evitar a "lotação lotada" de cada dia já é um belo ganho. chegar mais rápido no meu destino é outro.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

você está satisfeito com seu trabalho?

essa pergunta surgiu despretensiosamente numa conversa e me fez pensar a ponto de escrever algo sobre ela.

primeiro de tudo, nunca tive um sonho, um objetivo quanto ao que fazer profissionalmente. isso se refletiu na minha escolha pra faculdade (ciências sociais), algo que eu dificilmente levaria adiante como ganha-pão. desde o dia que eu escolhi esse curso entre tantos outros (de maneira quase aleatória) meu pensamento sempre foi "o que será que eu quero aprender?" e não "com o que eu quero trabalhar?"...

isso me levou a encarar a faculdade de uma maneira muito diferente do que a grande maioria das pessoas fazem. pra mim, ir pra faculdade, me envolver com temas e disciplinas foi mais uma questão de realização pessoal, de me interessar por algo que me agregasse e não de ascensão pessoal. logo, fazer a faculdade foi muito mais importante do que me formar. quase todo mundo vai pra "facul" seguindo aquela lógica de diploma = ter um emprego melhor. pra mim, pelo contrário, estudo e trabalho foram duas coisas em esferas diferentes da minha vida.

desde que eu comecei a pensar em trabalhar, meu ideal de trabalho era aquele que me estorvasse o mínimo e que me propiciasse  o máximo em retorno. sério, sempre naquela lógica madruganiana de "não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar", cheguei a conclusão que eu deveria ter um emprego razoavelmente bom e tranquilo pra que eu pudesse me dedicar a outras coisas importantes para mim. emprego é relação de mercado e tentei o máximo possível fugir um pouco de ser formatado enquanto um produto (sempre detestei entregar currículo e fazer entrevista, por exemplo) e outra, bom emprego pra mim estava (e está) muito relacionado a como você se sente no ambiente de trabalho, se é bem acolhido, respeitado, se dá bem com as outras pessoas e isso não se consegue optando por essa ou aquela profissão.

acho que posso chegar a conclusão de que, sim, estou satisfeito com meu trabalho. não porque ele me dignifica (como diz aquele ditado estúpido) ou por algum sentimento de realização, satisfação ou amor ao labor (uma ideia que eu acho meio tosca), mas porque gosto de vir todos os dias para cá, não me queixo das minhas atribuições, me dou bem com todos de maneira geral e (pelo menos por enquanto) acho que o que ganho está de bom tamanho. simples assim.