segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"Se pergunte da necessidade de fazer o que você faz. Se o deixasse de fazer, morreria?"

não... não consegui pensar em nada que me sustente a existência. nada que, deixando eu de fazer, leve-me à morte. nenhuma pulsão incontrolável ou desejo alucinante. e suspeito que qualquer um que eu tivesse seria mera falsificação, deslumbramento fantasiado e distorcido. acabar me encontrando, medíocre, em manchas no colchão. num tédio mesquinho de quem supõe não estar no jogo, ou de quem joga displicentemente, rodada a rodada, simplesmente por jogar (ou por medo de perder?).
ainda que me agrade respirar (a sensação de estar vivo tem sua dose de comforto), acho pouco. porém, o que quer que eu fizesse, não levaria a sério...

4 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado...
Estava a conversar com a Bia em um desses momentos de parar para pensar em coisas irrelevantes e chegamos à estúpida conclusão de que a merda do Sol continua a nascer e se pôr. Quer dizer, isso acontecia em todos as subdivisões dos períodos da História e continua acontecendo, a gente pensando sobre isso ou não, a gente sendo uns porcos capitalistas ou "grandes humanitários", reciclando o lixo ou não, com ou sem buraco na camada de ozônio e absolutamente desprendido da seu esforço para evitar o aquecimento global . E aí a gente morre. É, TODO MUNDO MORRE. E a merda do Sol continua a fazer o que quer. E você nem tem chance de entender isso...
A gente passa um puta tempo investindo na idéia de que uma ação faz toda a diferença e é tudo uma grande besteira. O ciclo continua e TODO MUNDO MORRE. Herói ou indigente, dá tudo na mesma.
Então você fica se perguntando sobre a necessidade do que você faz ou do que qualquer um faz e eu digo que dá tudo na mesma. O que vale a pena nessa vida, o que é inegavelmente necessário? PORRA NENHUMA. Porque o grande lance é que nada faz sentido e o esquema é sempre o mesmo: Nasce, cresce e morre. E as variáveis nem são tantas assim, pode-se morrer antes de nascer, nascer e não crescer, mas dá na mesma =P.

fernando disse...

Heheheh, sua niilista!
Talvez se vc procurar sentido mais dentro do que fora pode chegar a alguma conclusão mais esperançosa (ou não). de qualquer forma, o seu raciocínio por si só já é um encadeamento mais ou menos arbitrário da "realidade". Você chegar a conclusão de que o sol sempre nasce e a gente sempre morre passa por "mecanismos" simbólicos de construção/ organização do mundo físico. Ou seja, até sua descrença é produto cultural/ psíquico (um véu que encobre a "realidade última das coisas").
Nossa, mas nem era por esse lado que eu queria ir. Eu queria mesmo era dizer que admiro as pessoas que morrem por uma causa (apesar de criticá-las a maior parte do tempo). Por que fora isso cairiamos numa massa indeterminada e homogênea de indivíduos apáticos (será que eu devo me levar a sério? rs).

Anônimo disse...

"Talvez se vc procurar sentido mais dentro do que fora pode chegar a alguma conclusão mais esperançosa (ou não). "
Eu sei lá o que vc quis dizer com isso, rsrs. Pareceu tipo um comentário de auto-ajuda, sei lá. De qualquer forma, acabo por encontrar certas coisas que me trazem "brilho nos olhos" e, enfim, você me conhece, eu acredito em duendes...

Então, também compartilho dessa sua admiração. Mas é complicado pensar que vale a pena viver por uma paixão, né? Por que essa idéia de desalienar-se da massa homogênea sugere uma alienação do indivíduo vidrado em sua paixão e isso pode ser perigoso, certo? Sei lá, talvez esse super desejo em buscar incessantemente algo para se lutar por acabe se sobrepondo ao próprio motivo da luta e se revele simplesmente por mais uma mesquinha sede de grandeza, de querer algo muito mais grandioso que não esses mecanismos entediantes.

Mas eu acho que vc deve se levar a sério, rs. E eu adoro acreditar em duendes, não largo mão de me lembrar disso.

Unknown disse...

Ignore esse "por" depois do "simplesmente"...
=P