sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"Aparentemente fazemos parte de uma grande suruba, onde corpos sujos se esfregam até gozarem jatos de orgulho."

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Encontro-me medíocre, em manchas no colchão... Simples líquido azedo por dentro?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Pressão para ajustar-se ao mercado e, de imediato, ao economicismo, à produtividade mercantil, ou seja, ao ethos tecnocrático imposto pelo neoliberalismo. No entendimento de [Octávio] Ianni, os requisitos da 'produtividade' e da 'qualidade total' estão sendo impostos à Universidade, como se fosse uma fábrica de mercadorias ". (Hirano, Sedi)
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Ou seja, um estudante universitário é, antes de tudo uma mercadoria em vias de produção. O objetivo primeiro é atender as necessidades do mercado. É fazer com que o futuro profissional atinja tal eficiência e qualidade no exercício de suas funções que recompense o investimento burguês na sua formação.
A poesia está morta. Mas juro que não fui eu.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

preguiça!

sem mais...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

sobre rascunho

Passar a limpo,
Disfarçar os erros
Riscar rostos e nomes
Fazer (tudo) de novo...
E não perceber que
Se fosse recomeçar
Ainda assim seria falho

Passar a limpo
Pedir uma chance
De ser leviano
E não se dar conta de que
Fosse de novo e
Ainda assim seria (é!) falho

Não me dôo por meus erros
Nem por minhas tantas derrotas
Meus arrependimentos guardo aqui e faço deles orações
E me contento em ser inconstante
(Fora isso a vida é chata)

Não quero passar a limpo coisa nenhuma
Me encanta o rascunho e sua imperfeição

(rascunho imperfeito manuscrito em pedaço de papel amassado, encontrado no meio das minhas coisas)

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Boa desculpa para ser imperfeito? Retórica vazia? Talvez não. Estou cansado de tantos semideuses, perfeitos, eficientes, competentes... Dê-me gente normal, rascunhada em pedaço de papel.
Religião como psicose:
-Confronto com questões insolúveis (quem somos, de onde viemos, para onde vamos...)
- A religião seria um solução coletiva para essas questões.
- Com o passar do tempo conseguimos conviver melhor com elas.
- Psicóticos encontram soluções que não são socalizáveis.
- Condições para que se socialize -> qualidade cultural (distinção entre as mais e menos civilizadoras).

(pedaço de papel manuscrito, perdido no meio das minhas coisas)

Pergunta que me veio: como a religião pode ser psicose se ela é uma solução não socializável, sendo a religião estritamente social?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Verborragia (ainda sobre silêncio e vermelho)

Heh, virar a noite toda tentando dormir. O sono não vem... ou se vem, é para ficar pouco. Assim fica-se vunerável a si próprio e a tudo que se pode pensar quando está sozinho. A cabeça quase livre é porta aberta para o que se evitou o dia todo, oferece menos resistência. Aí você escreve algumas palavras para alguém que dorme longe dali... tudo que não se pode ou não se deve dizer. Por medo, cautela, por falta de palavras ou tantos outros motivos que não ouso descobrir... Palavrasm, mas que tomam força, criam sentido quando lidas pelos olhos certos. Sabe, é uma boa tentar fugir do vazio que fica cada vez que se cala ao invés de explodir em verborragia.

Ah cara, as palavras traem. Tão fácil se escorregar nelas. Mas reconheço que gostei... tantas delas ali no papel, fortes. Quantos sentimentos que eu nem imaginei que pudessem estar em você nem em lugar nenhum. E senti cada palavra de uma maneira tão presente. Improvável que fosse você.

Pois então que arranque, um, dois pedaços e me dê. Embrulhado pra presente. Pra eu saber. Pra eu sentir ainda mais. De forma tão intensa que me faça ser ainda mais. E que eu queira ainda mais sangue pulsando e pintar tudo de vermelho.

Ou que eu queira somente me calar e te reler. Agora com meu corpo todo.

[Ela disse que saudade é felicidade abafada, futura. Antes fosse. Saudades? É só saudades...]

domingo, 3 de fevereiro de 2008

pro dia saber que eu passei e ele passou

sangue enquanto sangra... e vermelho!
sangue enquanto pulsa e jorra eufórico.
enquanto está aqui à flor da pele e eu vejo, e sinto o cheiro.
mas, só o cheiro não basta.
quero a palavra, pra dar um basta no silêncio
(aquele mesmo de dias atrás e dos próximos dias).
que fique incompleto, para que eu possa sempre voltar

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

me diga...

"(ela voltou...e assim partiram de mãos dadas
a melodia, o ritmo e as palavras
na caçamba da inspiração
e em mim não há mais canção)"
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- Qual é a medida?
- Por que procura uma?
- Pra eu ser mais exato.
- Não perca tempo nisso,
seja exagerado.
- Mas preciso saber quanto...
- Que tal algumas horas?
- Mas isso é muito pouco.
- Então a vida inteira?
- A vida é muito longa.
- Sim, é em demasia.
Te meça só pela vida, pois ela não tem limite.


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O peso da minha existência. O peso que eu carrego todo dia, e que não é peso algum (é falsificação). Qual é a minha medida? Onde começo e acabo? Será que acaba mesmo, ou é sempre recomeço?
Medir-se pela vida é esquecer qualquer medida, é deixar a coisa solta. Como se fosse sempre espaço e quase sempre preenchido. Mesmo que seja de charadas e de indefinições. De retrocessos e recomeços. Afinal, a medida é a vida (que me cabe). E eu sei que caibo nela.