segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"Como isso aconteceu nem ele mesmo sabia, mas de repente alguma coisa pareceu o impelir e lancá-lo aos pés dela. Ele chorava e lhe abraçava os joelhos. No primeiro momento ela levou um terrível susto, e todo o seu rosto ganhou uma palidez mortal. Ela se levantou de um salto e põs-se a fita-lo trêmula. Mas de imediato, no mesmo instante ela compreendeu, e para ela já não havia dúvida, que ele a amava, a amava infinitamente, e que enfim chegara esse momento...


"Eles quiseram falar mas não conseguiram. As lágrimas estavam em seus olhos. Os dois eram pálidos e magros. mas nesses rostos doentes e pálidos já raiava a aurora de um futuro renovado, pleno de ressurreição e vida nova. O amor ressucitara, o coração de um continha fontes infinitas de vida para o coração do outro.


"Decidiram espera e suportar. Ainda lhes restavam sete anos; mas até então, quanto suplício insuportável e quanta felicidade sem fim! Mas ele ressucitara, e o sabia, sentia todo o seu ser plenamente renovado, e ela - bem, ela vivia só da vida dele."


(Dostoiévski, Fiódor. Crime e Castigo; págs. 558 e 559. Trad. Paulo Bezerra. Ed. 34)

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"Hoje eu acordei mais leve, nem li o jornal. Tudo deve estar suspenso, nada deve pesar..."

(Ilex Paraguariensis)