segunda-feira, 17 de outubro de 2011

(...)

e agora eu ia começar a ler as obras completas do sr. fulano de tal, mas fiquei com preguiça...
preguiça daquelas compridas e arrastadas
de início de tarde dominical.
do gato deitado ao sol.

não, não há vergonha em haver preguiça!
antes a preguiça do que milhares (ou uma dúzia, não importa) de linhas pesando nos olhos.
o português culto de pessoas cultas num rococó pós-moderno.
ideias absurdas rondando minha mente, criando alucinações e distorcendo minha visão...
se eu lesse um parágrafo que fosse daquelas histórias (o labirinto discursivo) iria achá-las pretensiosas e só. iria preferir ir lá pra fora, olhar as nuvens.
e me daria tédio a celebração do intelecto superior, da alma sensível do artista.

desculpe-me, não queria soar grosseiro, sr. fulano de tal.
é só preguiça da sua mania de saber muita coisa e da sua pulsão criativa, que cria coisas belas e ocas. é preguiça de qualquer coisa, ainda mais daquelas que demandam esforço inútil. de todos os textos que começam com um "senhoras e senhores, um minuto de vossa atenção pois venho-lhes trazer a revelação universal", ainda que implicitamente. você sabe que é isso que pensa quando põe-se a bater dedos num teclado ou quando ataca furiosamente a folha branca com sua tinta esferográfica.

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