"- Ora, a famosa lucidez. Você é engraçado, meu caro, tem um medo tão louco de iludir a si mesmo que recusaria a mais bela aventura do mundo para não se arriscar a uma mentira."
E ela continua:
"- (...) sabe o que eu penso? Que você está se esterelizando aos poucos. Pensei isso hoje. Oh! Tudo é limpo e nítido em você; cheira a roupa lavada, é como se você tivesse passado pela estufa. Só que falta sombra. Nada de inútil, de hesitante, de estranho. É tórrido. e não me venha dizer que é por mim que faz isso; segue a sua tendência: você gosta de se analisar."
(SARTRE, Jean-Paul; A Idade da Razão)
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Ora, por que me diz tudo isso? Como sabe tanto de mim?
"Existir é isto: beber-se a si próprio sem sede."
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