segunda-feira, 17 de junho de 2013

das perdas

a estrofe anterior está perdida!
definitivamente...
não há tempo para lamentos
há que se recomeçar
                                 súbito
contando
                 da tesoura
com a qual perfurei fundo meu peito
em busca
                de um coração estranho
                de um pulmão rancoroso
                (e tripas sentimentais)

contando
               do líquido
que jorrou farto de minhas entranhas
                                                        e não era vermelho
                                                                  era verde,
ocre e tímido!
e que ainda assim me faz um de vocês
é preciso que eu seja um de vocês!
e que seja capaz de um abraço
fraternal e dilacerante

só não pense nisso como uma declaração de amor
ou de fé
(no fim do poema ainda restam as perdas...)

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