"escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu morreria simbolicamente todos os dias. mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. e agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui."
Tava aqui anotado e eu quase rasgo e jogo fora, essa verdade lancinante, tormentosa e resignada, de quem escreve para fugir da morte (real e simbólica, que afinal é quase a mesma) e o faz sem muita convicção.
O tédio de sermos isso e não aquilo e aquiloutro e todo o resto. Essa vontade que às vezes bate de sermos o que não somos e que acaba transbordando pro papel...
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