terça-feira, 12 de julho de 2016

"Temos aí uma definição de literatura: a arte de provocar, com palavras, o gozo de fingir que se sofre. As palavras-chave desta definição são: palavras, gozo, fingir. Sofrer também é, mas devemos trocá-la por paixão, de forma a incluir a sensação que lhe parece oposta: paixão é tristeza e alegria, indiferentemente. Ou como dizia Aristóteles, 'tudo o que faz variar os juízos e de que se seguem sofrimento e prazer'. Um choro de Pixinguinha (1898-1973)  se intitula 'Sofres porque queres' - e é também boa definição da estesia literária.
Amar literatura é, pois, um vício: o do gozo fingido, ou do fingimento gozoso"

(SANTOS, Joel Rufino dos. Quem Ama Literatura não Estuda Literatura: Ensaios Indisciplinados. p. 13 e 14. Rocco, 2008)
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Quando eu abro esse livro é sempre para (re)aprender alguma coisa.
Para não esquecer do que de fato importa e é substancial. O que tem de fato nos movido nos últimos milênios. Não o intelectualismo grave e pedante, vazio e orgulhoso de si, mas a pulsão criativa, a necessidade de se ir além do (e através do) ser humano e imaginarmos outras vidas, tantas quanto possíveis.
"a poesia nasce do espanto" e nós renascemos através da poesia.

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