domingo, 31 de agosto de 2008

há quem diga que carbono e amoníaco é uma dupla sertaneja underground. ou personagens de algum obscuro seriado americano dos anos 80. também já ouvi falar que se trata de pequenos trechos de uma vida em linha reta e previsível. ou alucinações quixotescas em lirismo repetido (como pão amanhecido) e passos comedidos.
um amigo, profundo conhecedor das coisas supõe que amoníaco seja "a parte que acha que fede mas pensa que isso é movimento critico" e carbono "a parte que acha que é inevitável pra sua própria vida". não ousarei colocar em dúvida tais palavras...
para um outro, conhecido de prateleiras, o carbono é um "elemento (número 6 da classificação periódica) representado pelo símbolo C, capaz de formar extensas cadeias de átomos, sendo um dos principais constituintes da matéria orgânica" e o amoníaco um "gás incolor, de cheiro intenso, sabor acre e com efeitos lacrimogéneos; gás composto de azoto e hidrogênio, que se encontra na urina e nas matérias em decomposição".
talvez seja tudo isso (e muito mais!). realmente tem efeitos lacrimogênios e está em decomposição, constitui a matéria orgânica e se acha inevitável à própria vida. quem viu por aí garante que toca violão, usa chapéu e canta em falsete. talvez seja mentira (uma mentira repetida). mas uma coisa é certa: a incerteza é parte, a multiformidade é parte e o manifesto desencantado (ou o desencanto como manifesto poético) também é parte.

cabe aqui ainda um observação pertinente para o momento: como é difícil terminar algo que não se sabe por que foi começado!

5 comentários:

Anônimo disse...

"cabe aqui ainda um observação pertinente para o momento: como é difícil terminar algo que não se sabe por que foi começado!"

E não é? [matutando]

Rsrs. A parte que fede mas acha que é movimento crítico e a parcela que acha que é essencial para a própria vida... Pô, isso me fez lembrar sobre viver por uma idéia e essa é uma crise constante pra mim, sei lá. Porque fede!! Mas é difícil se desapegar desse vício de procurar uma grande razão, um grande propósito e engrandecer a vida e tudo mais. E mais... caramba! Não caberia essa mania de engrandecer as coisas no bloco do carbono e amoníaco?
Sei lá, acho que tenho diversas manias... uma delas é associar muuuuitas coisas e tentar interrelacionar tudo. É tudo compacto, saca? Meu caixotinho de tranqueiras com similaridades. Seria assim por conveniência de previsibilidade? Ou quiçá escapismo de aceitação da diversidade (uma coisa é uma coisa, outra coisa é ooooutra coisa)? E, se sim, por quê? Porque é muito chato admitir que "(...) no entanto, não há mistério em ti"? Por isso ficar buscando duendes em florestas e brilho nos olhos?

Fernando Pessoa, com aquela expressão serena e absoluta, cheio de conclusões mirabolantes(que sempre contrasta com a imagem do despirocado, obsessivo em criar personagens e daí discutir sobre o que achamos sobre Fernando Pessoa é ouoooutra história...), respira tranqüilamente e diz: "Tudo vale a pena Se a alma não é pequena".
E é claro que ele recheia meu conforto de fantasias e mistérios. Mas quem disse que não era exatamente disso que precisava? =P

[Matutando horrores!! Vou dormir, como disse pra minha irmã: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação: estou pronta! Diga ao povo que durmo- e paro de perturbar com minhas inquietações, rs."]

fernando disse...

hehe, vc chega com seus pontinhos e bagunça tudo na minha cabeça. =)

Anônimo disse...

Rsrs... que comentário mais meigo.

Ah, poxa, eu sou meio desorganizada nas idéias, além de confusa, claro =P. Mas é desenrolando o assunto que eu me desconfundo [um pouco]. =]

Obs.: "Quiçá" é absolutamente brega, prepotente, besta... Oo

fernando disse...

o legal é que lendo o que vc escreveu eu imaginei certinho vc dizendo essas coisas. e fiquei imaginando tbm eu contra-argumentando.

Anônimo disse...

Divertido =].
Mas eu nunca falaria desse jeito que escrevo... (me atrapalho mais ainda)