Ao deslizar meus pés sobre sua superfície infértil (num misto de horror e fascinação), percebi que não te conhecia. E nem poderia. Ninguém! Na sua inconclusão definitiva, sempre reconstruída e reinventada (pelos estupros e carícias sucessivas), só o que (acho que) sei é o que acham os outros. Só o que sinto são os meus pés oscilarem entre o profano e o sagrado da tua carne cinza.
Grande demais (frágil!), sempre prestes a se desfazer. No seu coração de pedra, no seu deslumbres de concreto armado, no calor emanado do motor a combustão, na sua respiração urgente (medida em toneladas cúbicas de monóxido de carbono). No cálculo perfeito, na obscenidade dos papéis. Tudo é tão você!
Por um momento quase te sinto por inteira e experimento a sensação de fazer parte das suas entranhas e te abraço como quem se despede todo dia, pois tê-la sob os pés é um eterno até nunca mais...
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pensei que te entendesse...
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
às vezes sinto que não sou capaz de ir além da medriocridade. outras vezes tenho (uma vaga)certeza de que não há, de fato, nenhum lugar além para ir... somente (e quando muito) um caos de desejos, fantasias e lamentações.
me torno cinicamente volúvel. e digno de riso ao querer negar e afirmar, ao mesmo tempo, a mesma coisa. numa moral da amoralidade ou coisa assim.
no que eu realmente acredito? talvez eu acredite na descrença, pura e simples. porém isso é paradoxal... fantasioso também (como se fosse possível estar isento). a sensação de "uma vida que poderia ter sido e não foi" está o tempo todo a me pertubar rivalizando com a idéia de que toda vida é mais não-ser do que qualquer outra coisa (esse suposto caos). e tem horas que eu até me culpo por não viver meus dias no piloto automático.
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p.s.1:esse assunto está frequentemente na minha cabeça (e aqui, em linha passadas). provavelmente depois eu volte a ele...
p.s.2: aprendi na escola que os textos têm introdução, desevolvimento e conclusão. como é difícil acabar algo sem concluir nada!
me torno cinicamente volúvel. e digno de riso ao querer negar e afirmar, ao mesmo tempo, a mesma coisa. numa moral da amoralidade ou coisa assim.
no que eu realmente acredito? talvez eu acredite na descrença, pura e simples. porém isso é paradoxal... fantasioso também (como se fosse possível estar isento). a sensação de "uma vida que poderia ter sido e não foi" está o tempo todo a me pertubar rivalizando com a idéia de que toda vida é mais não-ser do que qualquer outra coisa (esse suposto caos). e tem horas que eu até me culpo por não viver meus dias no piloto automático.
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p.s.1:esse assunto está frequentemente na minha cabeça (e aqui, em linha passadas). provavelmente depois eu volte a ele...
p.s.2: aprendi na escola que os textos têm introdução, desevolvimento e conclusão. como é difícil acabar algo sem concluir nada!
terça-feira, 14 de julho de 2009
é comum que sinta minha mãos e meus pés sempre gelados, eventualmente a ponta do nariz também.
ainda assim me agrada essa época do ano. os dias mais curtos, a cidade mais cinza e um tanto quanto melancólica.
a alegria e a expansividade são menos latentes e menos obrigatórias. se tornam rarefeita. é como se estivéssemos prestando mais atenção ao que está dentro, permitindo cercar-se de si, circunscrever-se a partir do bloco [carnavalesco] e da massa.
ainda assim contemporizo e digo que gosto também de dias quentes. comodamente concluo que é bom ter cada coisa em seu lugar. e a alternância nas estações do ano ainda serve pra quebra o silêncio nos elevadores.
ainda assim me agrada essa época do ano. os dias mais curtos, a cidade mais cinza e um tanto quanto melancólica.
a alegria e a expansividade são menos latentes e menos obrigatórias. se tornam rarefeita. é como se estivéssemos prestando mais atenção ao que está dentro, permitindo cercar-se de si, circunscrever-se a partir do bloco [carnavalesco] e da massa.
ainda assim contemporizo e digo que gosto também de dias quentes. comodamente concluo que é bom ter cada coisa em seu lugar. e a alternância nas estações do ano ainda serve pra quebra o silêncio nos elevadores.
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