confesso que fui assistir a esse filme com um pouco de preguiça, achando que não corresponderia as expectativas que muitos comentários me fizeram ter. o fato é que não sabia o que esperar, mas o que eu encontrei foi de tirar o fôlego.
o grande tema aqui é a busca obssessiva pela perfeição, reinventar-se, ultrapassar limites fisicos e psicológicos em favor da arte e o processo doloroso e auto-destrutivo que isso se torna. Mais ainda, a beleza estética e artística está muito mais próxima do que se imagina do horripilante, do insano. Sem querer entrar em detalhes quanto ao roteiro, o cisne negro representa de certa forma o oposto de Nina (e do cisne branco presente também no balé e no filme) e para ela, assumir tal papel é também deixar de ser quem ela é.
a história tem uma atmosfera constantemente tensa e assustadora, que incomoda e absorve. parece o tempo todo que algo está para acontecer. me senti realmente imerso na psicologia da personagem principal, com suas angústias e obsessões no espaço sufocante no qual ela se insere (a extrema cobrança de si mesmo em ser perfeita, a inveja das outras bailarinas, a vida que se resume entre casa e o balé, uma mãe superportetora...). e acho que é desnecesário dizer que a natalie portman tem uma atuação empolgante.
enfim, há uma infinidade de pontos que eu nem de longe toquei aqui (a sexualidade de Nina e sua relação com os outros personagens, principalmente Lily e o Thomas, o diretor, por exemplo), mas fica aqui o registro de quanto o filme me absorveu.
(ah, a cena em que ela finalmente dança o cisne negro é simplesmente maravilhosa, arrepiante!)
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"eu senti. foi perfeito."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
de um outro dia...
sento-me mais uma vez,
torno a escrever.
são espasmos, ficções,
a dor na alma que eu inventei,
eu próprio, sou ficção e tenho frio...
haverá calor caso friccione a ponta do lápis contra o papel?
tornar-me-ei humano?
poderei encará-lo frente a frente,
chamá-lo de amigo?
silêncio!
calem-se em mim todas as vozes.
pus a escorrer da alma inflamada,
doença que se renova no desengano
aquietem-se, perguntas mal formuladas,
anseios deturpados do existir e crer em si
gosto de ter (não ter) e achar graça
sei que não escaparei com vida
não é o que pretendo,
trair meus companheiros, jamais!
talvez agora valha mais um ombro
a vontade de ser comum, extramente terno
um gesto que fosse valeria mais...
quero silêncio!
não se diga nada.
mantenha o segredo.
não, de mim nunca se saberá
jamais,
adeus...
cedo minha vez ao próximo
contento-me com o não-dito
vou-me indo, passando
desapercebido
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"as vidas são muitas"
torno a escrever.
são espasmos, ficções,
a dor na alma que eu inventei,
eu próprio, sou ficção e tenho frio...
haverá calor caso friccione a ponta do lápis contra o papel?
tornar-me-ei humano?
poderei encará-lo frente a frente,
chamá-lo de amigo?
silêncio!
calem-se em mim todas as vozes.
pus a escorrer da alma inflamada,
doença que se renova no desengano
aquietem-se, perguntas mal formuladas,
anseios deturpados do existir e crer em si
gosto de ter (não ter) e achar graça
sei que não escaparei com vida
não é o que pretendo,
trair meus companheiros, jamais!
talvez agora valha mais um ombro
a vontade de ser comum, extramente terno
um gesto que fosse valeria mais...
quero silêncio!
não se diga nada.
mantenha o segredo.
não, de mim nunca se saberá
jamais,
adeus...
cedo minha vez ao próximo
contento-me com o não-dito
vou-me indo, passando
desapercebido
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