sento-me mais uma vez,
torno a escrever.
são espasmos, ficções,
a dor na alma que eu inventei,
eu próprio, sou ficção e tenho frio...
haverá calor caso friccione a ponta do lápis contra o papel?
tornar-me-ei humano?
poderei encará-lo frente a frente,
chamá-lo de amigo?
silêncio!
calem-se em mim todas as vozes.
pus a escorrer da alma inflamada,
doença que se renova no desengano
aquietem-se, perguntas mal formuladas,
anseios deturpados do existir e crer em si
gosto de ter (não ter) e achar graça
sei que não escaparei com vida
não é o que pretendo,
trair meus companheiros, jamais!
talvez agora valha mais um ombro
a vontade de ser comum, extramente terno
um gesto que fosse valeria mais...
quero silêncio!
não se diga nada.
mantenha o segredo.
não, de mim nunca se saberá
jamais,
adeus...
cedo minha vez ao próximo
contento-me com o não-dito
vou-me indo, passando
desapercebido
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"as vidas são muitas"
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