Aconteceu no último final de semana a 10ª Virada Cultural de São Paulo. Dispensável dizer que sou grande entusiasta do evento em si e da proposta de fazer uma enorme festa (principalmente, mas não só) no coração da cidade, a região central, tão mal-tratada no dia-a-dia louco da metrópole. Claro que há inúmeros problemas de organização e principalmente de segurança, mas tenho a convicção de que apesar de tudo temos de continuar tentando fazer da nossa cidade um bom lugar pras pessoas conviverem, se divertirem, saírem às ruas e realmente vivenciá-las em suas infinitas opções. Isso deveria ser algo óbvio e natural para todos nós, que pudéssemos não só sobreviver em São Paulo, mas de fato nos apropriar dela, de suas belezas e encantos escondidos.
Falo isso por experiência própria, mais do que as atrações do evento, é ótima a sensação de caminhar pelo Viaduto do Chá, 25 de Março, Estação da Luz e mais um monte de lugares que muitas vezes a gente nem percebe o quanto é bonito e agradável. Repito, nem tudo são flores, mas é algo pelo que vale a pena continuar se esforçando. Aliás, essa é uma posição que mantenho há algum tempo e escrevi algo próximo disso também no ano passado.
Este ano não tive tanta sorte na minha programação. Das minhas quatro opções, só um deu certo. Queria ver a volta do Ira!, cheguei quando o show já tinha começado e tinha tanta gente, que eu simplesmente não consegui ver o palco e ainda tive que ter paciência com o aperto e o empurra-empurra. Não tem jeito, melhor mesmo é ver os shows menos concorridos. Fomos ver o Riachão depois e aí estava bem melhor, com pouca gente deu pra curtir muito mais. Ontem (domingo) a ideia era ver O Terno e depois o Apanhador Só. Porém, depois de uma meia hora do início d'O Terno começou a chover muito forte e os dois shows acabaram não acontecendo.
Acho que essa foi a 6ª ou 7ª virada da qual participei e posso dizer que nunca presenciei nenhum tipo de violência ou bate-boca (ano passado brincava com as pessoas dizendo que o maior desentendimento que vi foi um casal discutindo). Claro que estamos sujeitos a todo tipo de violência que a mídia adora noticiar a cada ano, mas espero que o medo não supere a vontade de fazer um evento à altura da grandeza de São Paulo.
Fazendo uma retrospectiva de cabeça, listo alguns dos bons shows que pude ver até hoje na Virada: Pato Fú, Plebe Rude, Inocentes, Garotos Podres, Ratos de Porão, Hermeto Pascoal, Mundo Livre S/A, Marcelo Camelo, Autoramas, Cachorro Grande, Lobão, Riachão, Mombojó, Lirinha, Vanguart. Mas tão interessante quanto ir com programação certa é andar meio que a esmo pelo centro e acabar vendo um monte de shows muito interessantes de músicos até então desconhecidos.
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