quinta-feira, 5 de junho de 2014

do verso inventado

verso inventado
enquanto espero
concentrado na mancha
de óleo no chão
que forma teu rosto
do jeito que lembro

vento invertido
correndo ao contrário
me arrepia o pescoço
antecipa o inverno
que esse ano não vem
talvez nunca mais...

pés fincados no asfalto
a memória e o chão
sujos de óleo,
um rosto esquecido
e um poema mal-feito,
como se masca chiclete
ou se come as unhas,
enquanto espero



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