porque na verdade eu quero continuar errando os mesmo erros. os meus próprios e indispensáveis erros (com a calma de quem vê passar a vida). que eles tomem a minha forma e se confundam comigo mesmo (quem eu seria se não mais os tivesse junto a mim?). quero continuar nadando contra a maré, mesmo sem saber nadar e sem ter pra onde ir... quanto tempo será que eu me debato antes de me afogar? acho que eu pago pra ver...
sim eu me contento (me regojizo) em ser o exército de um homem só, o bloco do eu sozinho. ainda que misturado aos outros e bem comportado. não abro mão de conservar esse pequena e frágil tentativa de (fingir) ser um pouco mais. e não se preocupe, eu ainda vou estar aqui.
e é por saber que não há nenhum lugar pra ir que não me alcance eu mesmo, que vou ficando por aqui. já dizia meu amigo álvaro de campos: "O tédio que chega a constituir nossos ossos encharcou-me o ser", não há como fugir.
não me veja como um conformista, um derrotado. procuro fazer disso a minha força e não me furto nem da necessidade de lutar e nem da dor de não vencer. só não me peça pra ser tão heroico quanto vocês...