quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

o apego à palavra exata
o peso de não encontrá-la
(dois versos se foram e ainda estou longe...)
queria tanto...

a falta que faz
o que não se escreve
mês passado éramos jovens
havia tinta pra tudo

arrisco, mas não.
leio carlos, releio manoel
vejo notícia antiga e foto velha...
busco o dicionário,
morro na página 3

a máquina gira o mundo
eu não digo,
mas quero ser feliz

me escapa a ironia
escondida no desastre
de ser humano e crer

meio poema deixado em aberto
metalinguagem criando ferrugem
éramos jovens ontem à tarde
mas não... (queria tanto)

não fingirei que fui capaz
de encontrar.
nenhum verso me ampara,
o dia se arrasta
arrastado fluo também

Um comentário:

[eneá-tê] disse...

"a máquina gira o mundo
eu não digo,
mas quero ser feliz

me escapa a ironia
escondida no desastre
de ser humano e crer"

Nhé. A nossa crença ou descrença e a relação com a vontade de ser feliz, né? Mistério do planeta! A parte nossa que bota fé e brilha os olhos vs. a parte nossa que pede cautela e quer dizer lá na frente que avisou.