sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Verborragia (ainda sobre silêncio e vermelho)

Heh, virar a noite toda tentando dormir. O sono não vem... ou se vem, é para ficar pouco. Assim fica-se vunerável a si próprio e a tudo que se pode pensar quando está sozinho. A cabeça quase livre é porta aberta para o que se evitou o dia todo, oferece menos resistência. Aí você escreve algumas palavras para alguém que dorme longe dali... tudo que não se pode ou não se deve dizer. Por medo, cautela, por falta de palavras ou tantos outros motivos que não ouso descobrir... Palavrasm, mas que tomam força, criam sentido quando lidas pelos olhos certos. Sabe, é uma boa tentar fugir do vazio que fica cada vez que se cala ao invés de explodir em verborragia.

Ah cara, as palavras traem. Tão fácil se escorregar nelas. Mas reconheço que gostei... tantas delas ali no papel, fortes. Quantos sentimentos que eu nem imaginei que pudessem estar em você nem em lugar nenhum. E senti cada palavra de uma maneira tão presente. Improvável que fosse você.

Pois então que arranque, um, dois pedaços e me dê. Embrulhado pra presente. Pra eu saber. Pra eu sentir ainda mais. De forma tão intensa que me faça ser ainda mais. E que eu queira ainda mais sangue pulsando e pintar tudo de vermelho.

Ou que eu queira somente me calar e te reler. Agora com meu corpo todo.

[Ela disse que saudade é felicidade abafada, futura. Antes fosse. Saudades? É só saudades...]

4 comentários:

Anônimo disse...

Busquei meu velho dicionário na esperança de etiquetar o contrário- o que dizer quando se depara com idéias demais e palavras de menos?

É... Acho que esses momentos de reflexão pré-sono acabam por ser super constantes para mim e totalmente independentes de eu estar sozinha, deitada ou até mesmo com sono. Você tem esses momentos em alfa? Juro que são incontroláveis. E os tenho desde sempre (ainda me vem à memória o grito: "Acorda, Natalia!")...

Se fosse algum texto sobre horóscopo provavelmente faria alguma piadinha infame envolvendo "olhos de peixe morto" ¬¬.

"Ah cara, as palavras traem. Tão fácil se escorregar nelas. Mas reconheço que gostei... tantas delas ali no papel, fortes (...)".
Queria que me escapassem mais vezes. Seria genial se o fizessem. Claro que destinada aos "olhos certos"...

Divaguei. Mas não pude evitar. Achei que era melhor do que fazer algum comentário impróprio direto. Senti que o que você escreveu era (talvez) pessoal demais para receber comentários.

[solilóquio camiphili] disse...

pessoal demais..?

tudo que é pessoal demais se torna humano demais...

e logo se torna tão fácil entender por qualquer um que sente o que é humano sentir...

"quem se sabe criar... se sabe sentir".

atrás de cada criação há a nossa própria verdade. nua e crua. e ela insiste em se mostrar em madrugadas de insônia.

ou eu te entendi, humano simplesmente... ou estou louca o suficiente pra achar que entendi.

fernando disse...

sim, é pessoal demais. de toda minha pessoa e (talvez) sobre outras tantas pessoas e suas ações. e os sentimentos/ sensações que gera o contato entre diferentes pessoalidades. sobre tanto silêncio e tanto vermelho que só faz sentido em mim. mas pelo contrário, isso é motivo a mais para que se comente...

"ou eu te entendi, humano simplesmente... ou estou louca o suficiente pra achar que entendi."
(nossa, adorei isso!)

Anônimo disse...

É UMA PENA QUE SAUDADES SEJA SÓ SAUDADES...