terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
(...)
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica..."

(Pessoa, Fernando. Poesia completa de Alberto Caeiro. Pág. 46. Companhia das Letras, 2005)

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Vai mais ou menos ao encontro do que se disse antes sobre (in)felicidade. Alberto Caeiro, vê as duas como parte de um mesmo processo, sendo que o dia que morre, ainda que morra, também traz consigo beleza e também se faz necessário para que seja natural. E ele contempla a vida em sua plenitude, de maneira calma e natural, sem pensá-la. Assim, busca se inserir, enquanto ser pertencente ao mundo, sendo e sentindo. Sem desejos ou racionalizações. "Há metafísica o bastante em não pensar em nada"...

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