sábado, 1 de novembro de 2008

sobre liberdade

liberdade? disseram que "não há ninguém que explique e ninguém que não entenda". acho que não pensaram em mim. eu simplesmente não entendo. e mais: não acredito. isso mesmo, acredito na liberdade tanto quanto na igualdade, na fraternidade e no papai noel.

o que é ser livre? é fazer aquilo que se quer ou ser capaz de dominar os seus desejos? e quem está preso por vontade? é livre ou não? quem define o que é ser livre? se é um conceito social, um ideal coletivo, não creio que possa ser definido individualmente, afinal, crenças e valores não são criações nossas (por mais que tenhamos uma percepção única deles). e mais, grupos opostos tentam convencer que são os legítimos portadores da liberdade e que ela é boa e desejável.

eu conheço (muitas) pessoas que se acham realmente livres e querem vender seu estilo de vida como num daqueles comerciais de câmera digital da tv. mas estão presos de forma ou outra no que acreditam. inevitavelmente fazem o jogo de outras pessoas e têm de se inserir num determinado contexto em que eles não dão (todas) as cartas. levantam entusiasmados suas bandeiras, mas não percebem que elas estão velhas e sujas. não percebem que a paz cria as condições para a guerra, assim como a paz vem da guerra. só quero dizer com isso que as coisas não são tão puras, separadas e inequívocas quanto se supõe. elas estão misturadas o tempo todo. ok, tenhamos a liberdade como utopia, queiramos que ela nos guie para algum destino que seja tido como de maior valor, mas não sejamos ingênuos ao supor que ela esteja nas nossas mãos ou que seja uma escolha fácil de se fazer. O mundo não é dividido entre seres "livres e abertos" e pobres escravos da sua condição de "cárcere", no sentido amplo.

vocês vendendo seus dogmas (sim, é isso que eles vendem), sua condição de vanguarda libertária frente a um mundo "podre" e arcaico estão somente repetindo o que já foi feito até então. palavras bonitas (como no caso a "liberdade") são ótimos refúgios para covardes ou canalhas que acham que assim pdem se justificar. e que fique claro, não acho que covardes e canalhas sejam a maioria, mas só acho que temos que ter um olhar menos ingênuo, que veja pr'além do rótulo.

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