"Sou capaz de recitar cada página. Fecho os olhos e é como se o livro estivesse na minha frente.Vou no trecho em que Tatiana sonha. As planícies, as árvores, a luz fantasmagórica e o som dos passos dela na neve: essas coisas me vêm com tal força, que é como se eu nunca tivesse lido nem pensado nelas. Quase digo alto que lastimo só ter entendido agora. Meus olhos se enchem de lágrimas, não sei por quê. Mas sei que são por causa dessas coisas, só por ela que sobrevivemos. A poesia não existe para fazer a vida bela. A poesisa é a própria vida."
(DUNMORE, Helen. Aquele Inverno em Leningrado, p. 144. Ed. Bertrand Brasil)
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