quarta-feira, 22 de setembro de 2010

I.

(...)

- hahahaha, e sabe o que ela me respondeu?: "eu não tenho cabelos vermelhos e o meu vestido não é amarelo. eu sou só uma menina invisível, deitada na grama invisível que a moça que não sabia desenhar, não desenhou".

- realmente... se eu bem me lembro acho que o cabelo é amarelo e o vestido vermelho (e os olhos são de assombração!). mas que importa? estamos todos num filme em preto e branco mesmo. 

- é, foda-se...

(e a conversa continou, mas eu desci antes do ponto final)

II.

"eu não tenho cabelos amarelos e o meu vestido não é invisível. eu sou só uma menina amarela, deitada na grama vermelha que a moça que não sabia desenhar, não desenhou."

"eu não tenho cabelos de grama e o meu vestido não é de moça. eu sou só um desenho deitado, amarelo no vermelho impossível que a moça invisível não desenhou."

"eu não tenho cabelo, nem vestido (nem grama, nem cor). sou só uma menina deitada no nada da moça inventada."


[é tudo sobre você
                                (- ela.
                                  - eu?
                                  - a outra.
                                  - nós todos.
                                  - ninguém.
                                  - enfim, basta.)]

________________________
trecho em negrito roubado impiedosamente daqui:

2 comentários:

Fernanda Vicente disse...

Belo "roubo"! =)
Essa Rita viu, encantando à todos, né?! Maravilhosa!
Além de gostar muito dela, gostei muito também da maneira que "brincou" com o poema dela! Quanta liberdade ele tem, né!
Ficou lindo, me deu a sensação de ora uma conversa do nada retratada ora de pensamentos daqueles que vagam nossa mente e nos pegam despreparados.

fernando disse...

sim, adorei ele quando vi no seu blog...

queria que soasse meio como uma alucinação, um sonho. algo a princípio sem sentido, mas que parando para pensar fizesse todo sentido (pelo menos para mim).