sexta-feira, 17 de junho de 2011

a justiça e as marchas da maconha


dia 15 desse mês o STF liberou, por unanimidade, as marchas da maconha, eventos que de uns anos pra cá têm acontecido (e sido proibidos) com certa recorrência em diversos estado brasileiros.
salvo acontecesse algo bem estranho, era óbvio que seria esse o desfecho dado pelo Supremo. não tem cabimento a justiça proibí-las sob a alegação de que "fazem apologia ao uso de drogas". é claro que uma grande parte das pessoas que participam desses eventos são usuárias e têm uma visão simpática a ela. claro também que essas marchas acabam se tornando "bondes de maconheiros" e que isso a justiça não pode permitir, por questões legais. mas, creio eu, o que deve prevalecer são dois direitos constitucionais de suma importância: o de liberdade de pensamento e expressão e o de livre associação. eu, enquanto cidadão, tenho o direito de pensar livremente, chegar a conlcusões contrárias ao que estipula o Estado e de disseminar a minha opinião sobre qualquer tema. mais ainda, tenho o direito de me reunir com pessoas em espaços públicos para debater ideias e manifestá-lás a quem quer que seja. e é isso que os organizadores alegam querer, um espaço organizado para fazer valer suas posições. só duas resalvas feitas pelos ministros e com as quais eu concordos: tais marchas não significam que o uso da droga esteja permitida naquele espaço (apesar de que vai continuar acontecendo, como acontece em qualquer esquina de qualquer bairro de são paulo) e menores de idade não podem estar nelas.

enfim, independente de se ser a favor ou contra a descriminalização ou a legalização da maconha (que são coisas diferentes) acho razoável que qualquer pessoa que acredite em democracia de fato e em seus dispositivos respeite e até defenda que outras pessoas possam expor suas opiniões, mesmo que totalmente contrárias a sua. vou repetir a citação anterior que cabe perfeitamente para a questão: "Se você acredita em liberdade de expressão, então acredita em liberdade para exprimir opiniões que você não gosta. Stálin e Hitler, por exemplo, eram ditadores favoráveis à liberdade de exprimir apenas opiniões que eles gostavam. Se você é a favor da liberdade de expressão, isso significa que você é a favor da liberdade de exprimir precisamente as opiniões que você despreza". você não precisa gostar, mas acreditar em liberdade de expressão é defender que possam existir marchas da maconhas e marchas para jesus.


sei lá, talvez um dia eu escreva aqui minha opinião especificamente sobre a descriminalização e a legalização da dita erva.

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