terça-feira, 16 de agosto de 2011
a coruja e o coração
o último cd da tiê é ótimo! ainda num clima intimista (parece que tá tocando sentada no chão da minha casa), belas letras e a voz mais doce e suave que eu lembro ter ouvido. entre músicas alegres e serenas, das quais destaco "na varanda da liz", "piscar o olho" e "te mereço" (essa aliás, parecidíssima com "te valorizo", do primeiro cd), tem uma improvável versão de "você não vale nada" (aquele forró, que fez sucesso um tempo atrás).
p.s.: amanhã férias. tava sentindo falta já. viajar de avião pela primeira vez será uma bela novidade (num mundo em que tem gente que frequenta o aeroporto como quem frequenta o ponto de ônibus...).
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Sobre jogos violentos
Lembra daquele doidão que matou um monte de gente na noruega, um tempinho atrás? Então, no meio do monte de baboseira que ele escreveu, ele citou nomes de alguns jogos que ele jogava (call of duty, por exemplo). Disse até que ele usava esses jogos como parte de seu treinamento. bom, aí aconteceu o que todo sabe que aconteceria: os ditos "jogos violentos" foram recolhidos das prateleiras de algumas lojas!
Isso mesmo, você mata algumas dezenas de pessoas com uma arma de verdade, no mundo de verdade e são as armas de brinquedo, num mundo virtual que são proibidas! Tem alguma coisa errada... engraçado que eu não vi ninguém falar nada de, sei lá, de repente banir as ARMAS DE FOGO. Por mais utópico que possa parecer um mundo sem armas (ou pelo menos que elas fossem de uso mais restrito), faria mais sentido pra mim as pessoas fazerem o seguinte raciocínio: esse cara matou uma porrada de gente com uma arma, logo armas são perigosas (afinal, pessoas com distúrbios mentais podem ter fácil acesso a elas). Não, elas peferem pensar: esse cara matou uma porrada de gente com uma arma e além disso jogava videogame, logo VIDEOGAMES SÃO PERIGOSOS. Ou indo mais longe, ninguém questionou o fato de ele ser um fanático religioso, afinal no nosso mundo maniqueísta religiões são boas e jogos são ruins, certo?
Acho que não preciso dizer que sou totalmente contra esse tipo de posição e acho ela absurda, ridícula, demagógica e burra. Ela erra em dois pontos: tapa o sol com a peneira e trata logo de arranjar um bode expiratório. é aquela velha história de flagrar sua mulher te traindo no sofá e... QUEIMAR O SOFÁ (afinal, sofás induzem à traição)! a violência simbólica sempre fez parte da nossa sociedade, brincar de matar, criar histórias violentas, inventar um papel diferente pra si mesmo (bandido ou mocinho) é tão antigo quanto andar pra frente. Livros, músicas, filmes, artes plásticas, teatro, história em quadrinhos, brincadeiras entre crianças, tudo isso tem sua dose de violência, porque tem são realizações humanas, refletem sentimentos, anseios, visões de mundo humanas.
Talvez se a opinião pública e os indivíduos em geral que tem alguma dúvida fizerem uma pequena pesquisa (pode ser no google mesmo), vão perceber que comportamentos violentos de uma pessoa ou um grupo de pessoas são ANTERIORES ao surgimento do videogame. É sério! Os seres humanos se matam sem motivos ou por motivos fúteis (ou por que deus falava com eles em sonho) já há alguns milhares de anos. Muito mais pessoas morrem atropeladas por motoristas inconsequentes do que assassinadas por gamers psicopatas, mas nem por isso os carros são proibidos.
E aqui não cabe uma discussão sobre se os videogames (e principalmente aqueles que simulam situações violentas) são bons ou ruins, isso não vem ao caso. Você não precisa jogar se não gostar. Você tem todo o direito de desencorajar as pessoas próximas a você a não fazer algo que você considera pouco sadio ou ofensivo aos seus princípios (de acordo com sua religião, sua ideologia política ou seus costumes). Você deve proibir ou instruir seus filhos, caso ache que aquele conteúdo é impróprio a eles. Mas você NÃO pode mentir pra si mesmo e pros outros ao afirmar que jogos violentos são a causa da violência. Ou, sendo mais específico, que o louco, fanático religioso, portando armas de fogo, sob efeito de drogas, matou um monte de pessoas porque jogava call of duty.
Isso mesmo, você mata algumas dezenas de pessoas com uma arma de verdade, no mundo de verdade e são as armas de brinquedo, num mundo virtual que são proibidas! Tem alguma coisa errada... engraçado que eu não vi ninguém falar nada de, sei lá, de repente banir as ARMAS DE FOGO. Por mais utópico que possa parecer um mundo sem armas (ou pelo menos que elas fossem de uso mais restrito), faria mais sentido pra mim as pessoas fazerem o seguinte raciocínio: esse cara matou uma porrada de gente com uma arma, logo armas são perigosas (afinal, pessoas com distúrbios mentais podem ter fácil acesso a elas). Não, elas peferem pensar: esse cara matou uma porrada de gente com uma arma e além disso jogava videogame, logo VIDEOGAMES SÃO PERIGOSOS. Ou indo mais longe, ninguém questionou o fato de ele ser um fanático religioso, afinal no nosso mundo maniqueísta religiões são boas e jogos são ruins, certo?
Acho que não preciso dizer que sou totalmente contra esse tipo de posição e acho ela absurda, ridícula, demagógica e burra. Ela erra em dois pontos: tapa o sol com a peneira e trata logo de arranjar um bode expiratório. é aquela velha história de flagrar sua mulher te traindo no sofá e... QUEIMAR O SOFÁ (afinal, sofás induzem à traição)! a violência simbólica sempre fez parte da nossa sociedade, brincar de matar, criar histórias violentas, inventar um papel diferente pra si mesmo (bandido ou mocinho) é tão antigo quanto andar pra frente. Livros, músicas, filmes, artes plásticas, teatro, história em quadrinhos, brincadeiras entre crianças, tudo isso tem sua dose de violência, porque tem são realizações humanas, refletem sentimentos, anseios, visões de mundo humanas.
Talvez se a opinião pública e os indivíduos em geral que tem alguma dúvida fizerem uma pequena pesquisa (pode ser no google mesmo), vão perceber que comportamentos violentos de uma pessoa ou um grupo de pessoas são ANTERIORES ao surgimento do videogame. É sério! Os seres humanos se matam sem motivos ou por motivos fúteis (ou por que deus falava com eles em sonho) já há alguns milhares de anos. Muito mais pessoas morrem atropeladas por motoristas inconsequentes do que assassinadas por gamers psicopatas, mas nem por isso os carros são proibidos.
E aqui não cabe uma discussão sobre se os videogames (e principalmente aqueles que simulam situações violentas) são bons ou ruins, isso não vem ao caso. Você não precisa jogar se não gostar. Você tem todo o direito de desencorajar as pessoas próximas a você a não fazer algo que você considera pouco sadio ou ofensivo aos seus princípios (de acordo com sua religião, sua ideologia política ou seus costumes). Você deve proibir ou instruir seus filhos, caso ache que aquele conteúdo é impróprio a eles. Mas você NÃO pode mentir pra si mesmo e pros outros ao afirmar que jogos violentos são a causa da violência. Ou, sendo mais específico, que o louco, fanático religioso, portando armas de fogo, sob efeito de drogas, matou um monte de pessoas porque jogava call of duty.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
alguma linhas sobre "meia-noite em paris"
vi já faz um tempo, mas queria escrever alguma coisa sobre ele...
talvez deva começar com "encantador". só pelo diretor já me sentiria na obrigação, mas além de tudo é um ótimo filme, mágico, divertido, muito gostoso de se assistir (as boas sacadas e o humor refinado, típicos do woody allen estão presentes aqui). o tema central da história é basicamente a nostalgia, a saudade de algo que nunca vivemos, mas que romantizamos, idealizamos e que, por isso gostariamos vivenciar (o comum "gostaria de ter vivido aquela época"). quando olhamos a nossa volta e vemos tudo de uma maneira mais apaixonante e envolvente. e é a cidade de paris, como ela se apresenta ao protagonista, que causa essas sensações.
ele é uma figura um tanto quanto ingênua e romântica (pode-se até duvidar de sua sanidade, apesar de eu preferir ver através de seus olhos), nadando contra a corrente da vida prática e do cotidiano, representados pela sua noiva fútil e pelo seu trabalho de escritor de roteiros. tudo o que quer é se deixar levar por pequenos momentos (caminhadas sob a chuva, conversas em cafés) enquanto tenta se inspirar para escrever um romance. e tudo fica ainda mais interessante (para nós e para ele) quando é meia-noite em paris.
ainda vou assistir de novo.
talvez deva começar com "encantador". só pelo diretor já me sentiria na obrigação, mas além de tudo é um ótimo filme, mágico, divertido, muito gostoso de se assistir (as boas sacadas e o humor refinado, típicos do woody allen estão presentes aqui). o tema central da história é basicamente a nostalgia, a saudade de algo que nunca vivemos, mas que romantizamos, idealizamos e que, por isso gostariamos vivenciar (o comum "gostaria de ter vivido aquela época"). quando olhamos a nossa volta e vemos tudo de uma maneira mais apaixonante e envolvente. e é a cidade de paris, como ela se apresenta ao protagonista, que causa essas sensações.
ele é uma figura um tanto quanto ingênua e romântica (pode-se até duvidar de sua sanidade, apesar de eu preferir ver através de seus olhos), nadando contra a corrente da vida prática e do cotidiano, representados pela sua noiva fútil e pelo seu trabalho de escritor de roteiros. tudo o que quer é se deixar levar por pequenos momentos (caminhadas sob a chuva, conversas em cafés) enquanto tenta se inspirar para escrever um romance. e tudo fica ainda mais interessante (para nós e para ele) quando é meia-noite em paris.
ainda vou assistir de novo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
de um rascunho
"se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho, eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho"
ah, eu já quis ser muitas pessoas. já tentei pensar coisas incríveis. descobrir pequenos segredos escondidos no escuro do mundo ou embaixo da cama. escrever palavras de uma ternura indizível ou de uma força aterradora. já subverti o que era um sentimento (e fiz dele razão pra me perder no abismo que é pensar e sentir, que nem naquela música). contei mentiras, inventei histórias. já machuquei pessoas e já amaldiçoei em segredo quem vez ou outra acabasse por fazer isso comigo. por esporte, por instinto, porque a vida é assim mesmo...
mas não agora... acho que agora eu só queria um abraço. um abraço resolveria tudo... e não que exista exatamente algo a ser resolvido. só que essa gastura me invade de repente. sem aviso, me faz querer nada além disso, um abraço teu, quente e arrebatador. a sinceridade inalcançável que ele traz.
e quem acreditaria se eu dissesse que dois braços pequenos vão daqui até à lua?
"Abraçar; é encostar um coração no outro." (Rita Apoena)
é, a gente busca conforto no abismo... de fato conforta estar à beira dele, encarando-o curioso e desafiador (ainda que com medo), ensaiando o pulo que nunca acontece. e se passam tantas coisas na minha cabeça que não ouso te contar.
pode parecer loucura (eu não diria o contrário), pobre clichê de filme da sessão da tarde (ou de comercial de sabão em pó), mas estar ao teu lado é andar descalço numa chuva quente de verão...
"Vivo tão intensamente o momento, que quase chego atrasada ao momento seguinte." (Rita Apoena)
ah, eu já quis ser muitas pessoas. já tentei pensar coisas incríveis. descobrir pequenos segredos escondidos no escuro do mundo ou embaixo da cama. escrever palavras de uma ternura indizível ou de uma força aterradora. já subverti o que era um sentimento (e fiz dele razão pra me perder no abismo que é pensar e sentir, que nem naquela música). contei mentiras, inventei histórias. já machuquei pessoas e já amaldiçoei em segredo quem vez ou outra acabasse por fazer isso comigo. por esporte, por instinto, porque a vida é assim mesmo...
mas não agora... acho que agora eu só queria um abraço. um abraço resolveria tudo... e não que exista exatamente algo a ser resolvido. só que essa gastura me invade de repente. sem aviso, me faz querer nada além disso, um abraço teu, quente e arrebatador. a sinceridade inalcançável que ele traz.
e quem acreditaria se eu dissesse que dois braços pequenos vão daqui até à lua?
"Abraçar; é encostar um coração no outro." (Rita Apoena)
é, a gente busca conforto no abismo... de fato conforta estar à beira dele, encarando-o curioso e desafiador (ainda que com medo), ensaiando o pulo que nunca acontece. e se passam tantas coisas na minha cabeça que não ouso te contar.
pode parecer loucura (eu não diria o contrário), pobre clichê de filme da sessão da tarde (ou de comercial de sabão em pó), mas estar ao teu lado é andar descalço numa chuva quente de verão...
"Vivo tão intensamente o momento, que quase chego atrasada ao momento seguinte." (Rita Apoena)
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