segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"o socialismo para mim não é o nome de um tipo particular de sociedade. é, sim, exatamente como o postulado de Marx de justiça social, uma dor aguda e constante de consciência que nos impulsiona a corrigir ou remoer variedades sucessivas de injustiça. não acredito mais na possibilidade (e até no desejo) de uma 'sociedade perfeita', mas acredito numa 'boa sociedade', definida como a sociedade que recrimina sem cessar por não ser suficientemente boa e não estar fazendo o suficiente para se tornar melhor."

(caderno Mais! Folha de S. Paulo, 19 de outubro de 2003)

sim, claro! pura ilusão (uma cegueira engessante) acreditar em sociedades perfeitas, isso só nos leva à arrogância e ao fundamentalismo ortodoxo. temos que ser realistas o bastante para admitir que elas não existem e que o processo que nos leva a melhorias no bem-estar de todos deve ser constante. a justiça social não virá de manuais, não há receita pronta. devemos, isso sim, estar em alerta o tempo todo.

esse fragmento tava aqui perdido como rascunho há alguns meses, mas ao reler senti vontade de postar. afinal parte de um pressuposto simples, mas que faz toda a diferença. talvez deveríamos começar aceitando que somos falhos e limitados, individual e coletivamente, na nossa capacidade de tornar as coisas melhores, mas que justamente isso nos torne mais empenhados em  melhorar e lapidar a reflexão sobre o que queremos e a nossa auto-crítica.

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