os móveis da casa bravamente
resistem
à poeira do tempo
envernizados de realidade
permitem-se
o encontro com a matéria de que sou feito
sem mistério
sem lamentos
concentrados que estão em ser
eternos,
não sucumbem
a estes dedos
que sabem de si,
que sonham
e anseiam
e que os marcam
onde quer que toquem...
permanecem
mudos
em respeito ao vivo
que ora sou,
(silêncio que se faz indispensável
à sobriedade do ambiente)
espalham-se graves
contra as paredes,
não prestam atenção
e jamais testemunhariam contra mim
que me ocupo em ser só.
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