quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Cinema em 2013

Com certeza não vi tudo o que queria no cinema no ano que passou. Muitas vezes falta tempo, dinheiro ou disposição. Mas enfim, daquilo que eu vi acho que os seguintes merecem ser relembrados:

Django Livre  - Inevitável que este estivesse aqui.  Aguardava com curiosidade esse novo filme do Tarantino, dessa vez com uma temática western que me atrai bastante. A parceria entre o caçador de recompensas e o escravo Django deixa a história bem interessante, assim como sua posterior jornada para enfrentar um poderoso aristocrata e libertar sua esposa, carregada de tensão e claro, muita violência e litros de sangue.

No - O Gael Garcia Bernal é um puta ator e a história é contada de forma muito interessante. Baseado em fatos reais, passa-se no Chile, na época da ditadura militar e mostra os esforços da oposição em defender e propagar seu posicionamento político no momento em que o governo é pressionado a propor um referendo sobre a permanência ou não do Pinochet no poder. Gostei muito do enfoque dado ao marketing como arma política num país controlado.

Anna Karênina - Uma história grandiosa, contada de forma exuberante. Essa versão tem umas ousadias estéticas que me agradaram, como sugerir em alguns momentos pedaços de um palco, como se a cena se passasse no teatro. Gostei muito da direção de arte e da atuação da Keira Keithley e do Jude Law.

Hannah Arendt - Filme lento, de ideias. Mostra uma mulher brilhante e intensa, num dos episódios que marcaram sua vida intelectual, quando de maneira polêmica e corajosa analisa o julgamento de um ex-oficial nazista (Eichmann). Na contramão das opiniões da época questiona a pretensa "monstruosidade" que queriam atribuir a ele, bem como a resposabilidade dos líderes judeus na forma como conduziram as decisões relativas a seu povo na época do holocausto. Enquanto filme não é nenhuma maravilha, mas me interessou muito por me aproximar ainda mais da admirável pensadora que foi Arendt.

Pedalando com Molière - Dois atores se encontram para fazer leituras dramáticas de "O Misantropo". Um deles, ator famoso, tenta convencer o outro, um recluso, afastado há anos dos palcos, a encenar essa peça. O tema da misantropia (desgosto pela sociabilidade, ódio pela humanidade) vem à tona e é trabalhado no filme (pr'além da peça) de forma muito instigante, principalmente na relação de amizade e de rivalidade que eles nutrem um pelo outro.

Gravidade - Gostei muito do foco da história, que é a sobrevivência quase como instinto. Não há atos de heroísmo e nem grandes peripécias e o ser humano é colocado como totalmente vunerável, exposto à força avassaladora da natureza, o que causa uma constante aflição. A protagonista tem muito medo e pouca coisa a fazer para se salvar, devendo inclusive vencer suas barreiras psicológicas. O final é inspirador e emocionante, tanto como desfecho quanto como metáfora sobre o (re)nascimento. O filme visualmente é lindo, com o espaço sendo retratado de maneira grandiosa.

Vovô sem Vergonha - Com Johnny Knoxville (aquele do Jackass) no papel de um avô que viaja o país para levar o neto para morar com o pai, é para quem gosta de filmes tipo Borat, em que as cenas são gravadas sem que as pessoas que participam saibam, sendo surpreendidas com as situações mais inusitadas e absurdas pelos atores. Recheado estupidez e escatologias variadas, me fez sair do cinema com o rosto doendo de tanto rir. O molequinho que faz o papel do neto é um sarro e a última cena dele é a melhor do filme.

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