"Tudo o que dizemos possui um 'antes' e um 'depois' - uma 'margem' na qual outros podem escrever. O significado é inerentemente instável: ele busca um fechamento (identidade), mas é constantemente rompido (pela diferença). (...) Há sempre significados suplementares sobre os quais não temos qualquer controle, que surgirão e subverterão nossas tentativas de criar palavras fixas e estáveis."
(HALL, Stuart; A Questão da Identidade Cultural, pág. 31)
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Interessante essa noção de que o que dizemos, as palavras que usamos (e a forma como as usamos), possuem uma história distinta da nossa, que existiam antes de nós e ainda existirão depois (desconsiderando os neologismo, mas que mesmo assim nascem distante de quem as usa). A linguagem assim, tida como artefato e instituição social, que só possui sua significação no interior de uma série de relações, construídas no tempo e no espaço e que nos escapa constantemente. As palavras que sempre mudam de significado e dizem mais (ou menos) do que gostariamos que dissesse. Deixam margens, para que sejamos mal-interpretados ou reinterpretados.
[as palavras traem...]
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