quinta-feira, 5 de março de 2009

“Contudo, nos seus aspectos mais efetivos, a religião representava mais do que isso [mobilização da emoção]: era uma forma de abordar o problema da morte. O medo da morte – poderosa e inevitável – e principalmente o medo da morte violenta perturba o sonho brilhante, mas momentâneo, do poder humano. Como Hobbes observou, o medo da morte é a fonte da consciência; e o esforço para evitar a morte violenta é a fonte da lei. Quando era possível acreditar (mas realmente acreditar) no céu e no inferno, esse medo podia ser em parte temperado, ou controlado; sem tal crença, resta apenas o aniquilamento completo da individualidade.”



(BELL, Daniel; O Fim da Ideologia, pág. 324, Ed. UnB)
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Interessante essa noção, de que a morte, assustadora e infalível, faria com que nós buscássemos abrigo nas leis, principalmente nas leis de um ser superior, que explica algo a princípio sem explicação e nos conforta do destino que é "deixar de existir".
Sei lá, talvez fique sem sentido, mas tenho pensado bastante nessas questões da religião enquanto fenômeno sociológico...

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