segunda-feira, 23 de março de 2009

ainda sobre fantasmas (que têm medo do escuro).

I.
o que me espanta é que cada um suponha ser livre o bastante para dar um sentido único para a existência, sem imaginar que, enquanto personagens fictícios, inventados diariamente por si e pelas circunstâncias, não se diferem em nada. e buscam jesus e heroína, algo que conforme a sua falta se sentido.

estamos o tempo todo querendo chamar a atenção, não importa se dos outros, se de nós mesmos ou de um ser transcendente e andamos sempre atrás do próprio rabo porque isso é construir nossa "individualidade libertadora" (sim, as pessoas e os fantasmas buscam ser indivíduos e livres). trancados nos nossos mundos imaginários, recontamos as histórias que inventamos para nós...

II.
- não se preocupe que você não está perdido. você é exatamente como se esperava que fosse: um fantasma do seu tempo, datado pelas circunstâncias. encaixa-se perfeitamente no status quo e na literatura.

ainda assim é boa a narrativa que se constrói, com passagens instigantes e momentos de extrema sensibilidade. só não se engane quanto a originalidade (ou ainda quanto a temas até mais subjetivos e ideologizantes) da sua obra.

III.
somos fantamas assustados e com medo do escuro.

Nenhum comentário: