“A ironia - para os que estão em busca de uma ‘causa’ – é que os trabalhadores, cujas reivindicações já constituíram o motor da transformação social, estão hoje mais satisfeitos com a sociedade do que os intelectuais; sua situação não é ideal, mas as expectativas que tinham eram menores e as conquistas alcançadas foram relativamente maiores.”
(Bell, Daniel. O Fim da Ideologia; Brasília, UnB, 1980)
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Um pouco desanimador perceber que as reivindicações trabalhistas atuais se resumem a manutenção de empregos e melhores salários. Reclama-se do preço do feijão e contenta-se em comprar feijão barato... Ou seja, o que está em questão não é mais a escravidão em si, mas sim seus termos.
Acho que o velho Marx deve se revirar no caixão ao perceber a capacidade histórica do capitalismo de (até certo ponto) se adaptar, fazer concessões e manter as coisas como estão. Melhor ainda: dosmesticam o suposto sujeito revolucionário que seria o proletário (a ideologia burguesa está por toda parte).
E sei lá, não que eu seja exatamente comunista, marxista ou qualquer coisa assim, mas chama a atenção o fato de que esperava-se demais e não foi o que se viu (até agora, pelo menos).
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