segunda-feira, 8 de outubro de 2012

provinciano

A cidade insana,
agônica,
doente dos pulmões e das pernas.
Encravada num mapa,
Embolorada,
morimbunda sem saber sofrer

As ruas estreitas sucumbem
à grossa poeira
amarelada.
As construções se equilibram
Sobre as ladeiras
Tristes,
Contemplam o vazio e
Parecem querer se atirar

A fumaça que a faz arder,
Sufoca,
Apodrece-a por dentro,
Mas ridícula sussurra:
"tenho muita vida ainda,
nessas serras de tijolo e telhado
há duzentas mil e mais"
(Enquanto os homens na praça esfregam as mãos e sorriem).

A cidade em chamas,
insípida,
Sente o veneno escorrer
Por sua veia rasgada
que leva
por corredores sombrios
até o fim do brasil!

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"os homens na praça esfregam a mão e sorriem,
os amigos do novo rei repartem o tesouro entre si,
enquanto eu derrotado só quero o sono tranquilo da cidade adormecida"













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