quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

a paixão quase enlouquecida

"Para que os indivíduos saiam de uma certa inércia, tomem iniciativas e ajam, nas condições de ceticismo e desconfiança que se difundiram na época contemporânea, eles precisam reconhecer e assumir resolutamente seus interesses. E tem mais: quando um determinado interesse particular se sobrepõe aos demais, é preciso que nele se concentre toda a energia do sujeito, e os outros interesses cedem espaço ao interesse principal, que se caracteriza, então como paixão."

(KONDER, Leandro. Sobre o Amor. pág. 67, São Paulo : Boitempo)
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Achei particularmente inspiradora a maneira como Leandro Konder expõe a visão hegeliana acerca da paixão: ela seria "a exasperação de um sentimento necessário à obtenção de algo", uma força criadora, que impulsiona o ser humano a buscar um determinado objetivo entre tantos possíveis e, arrisco dizer, "realizar-se enquanto sujeito". Segundo Hegel "nada de grande se realizou no mundo sem paixão" e me parece razoável atribuir à ela essa capacidade de conquistar, construir, destruir e reconstruir, transformar as coisas ao nosso redor ativamente, deixando, acima de tudo as marcas da nossa passagem pela vida, por mais insignificantes que sejam do ponto de vista da História.

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