segunda-feira, 6 de maio de 2013

algumas linhas sobre "somos tão jovens"

posso dizer com certa segurança que a legião urbana é a banda da minha vida. afinal, foi a primeira que eu realmente gostei e que continuou por anos a fio sendo a minha favorita. se hoje eu quase não ouço mais, ainda reconheço a extrema importância que ela teve e tem para mim e para o cena musical brasileira e principalmente a potência e alcance de suas músicas. cada uma delas é uma descoberta de força e beleza.

por conta disso, não precisaria dizer que assistir ao "somos tão jovem" era quase que obrigatório pra mim. foi muito interessante ver aquela época sendo retratada no cinema, de maneira tão viva. uma garotada querendo transformar ócio em música e contestação, tentando fazer alguma coisa diferente. e mesmo que o foco tenha sido especificamente o renato russo (expoente maior daquela geração?), é muito interessante ver toda a turma ao seu redor, da qual inclusive surgiram outras bandas relevantes como a plebe rude e o capital inicial.

gostei muito do ator que fez o renato russo, achei convincente, inclusive na maneira de falar e nos trejeitos. passou bem a sensação que eu sempre tive de uma pessoa muito cheia de grilos e manias, intensa, inteligente, sensível, carismática e, por que não dizer, quase arrogante.

o filme retrata de 78 a 82, ou seja pega o surgimento e o fim do aborto elétrico e o início da legião urbana, ainda enquanto banda regional e sem sua formação definitiva (com o bonfá na bateria e o dado na guitarra). e pra mim esse recorte veio muito bem a calhar, pois valoriza justamente uma parte da história menos conhecida e muito vibrante, quando tocar rock era nadar contra a corrente. aquela geração teve que correr atrás e aprender  tudo praticamente sozinha, com a gana de quem encontrou ali uma forma de se rebelar contra tediosa brasília e a situação política e social do país.

pra não ficar só elogiando o filme, tem algumas cenas que me soaram artificiais e gratuitas. elas até retratam algum acontecimento interessante, mas parecem destoar da fluxo da narrativa e deixam a história um tanto quanto truncada. mas em resumo, "somos tão jovens" é o tipo de filme com o qual eu tenho uma forte ligação afetiva, então é quase impossível que eu não goste.

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