ouviu de mim as palavras mais doces
entre ardilosa e confusa,
desviou o olhar, devolveu:
"...eu não sei".
na verdade sempre soube...
deitada na minha cama,
seguia um roteiro:
deixou ir o anel,
abandonou em seguida os dedos
uma ligação bastou
"fiquemos por aqui". assenti
e não pude te encriminar
você é o que eu sou
tranquei bem o portão
cortejei ruas, caminhos possíveis
o nariz gelado me apontou a direção
às duas da manhã voltei a ser quem nunca fui
confesso que me diverti
você vinha como uma febre
uma dúvida, um desejo
súbito, perdeu o viço,
partida, não me decifrou,
distraído, não quis te devorar
mudei seu nome para que coubesse no poema,
o esqueci antes de por no papel,
no lugar, fiz um desenho
de quando você ainda tinha um rosto
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