sábado, 26 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
Não, realmente hoje não estou para seus caprichos. A noite toda é coisa muito longa (vai até o outro dia) e isso irrita!
Se a cidade pega fogo não é problema meu. A angústia é pelo que há da porta pra dentro. Ainda que pouco...
Não é hora de mudar os Móveis de lugar, mas o barulho que eles fazem me deixa melhor. Ainda que preferisse poder dormir.
Não esquenta. Façamos planos para os dias que não virão. Isso é bom. Me faz ousado e inventivo.
Não poderíamos dormir e deixar pra lá?
“A cidade fede, a cidade engorda, a cidade arrota os ossos do ofício”
(O que poderá ser dito sobre o que eu não disse?)
Se a cidade pega fogo não é problema meu. A angústia é pelo que há da porta pra dentro. Ainda que pouco...
Não é hora de mudar os Móveis de lugar, mas o barulho que eles fazem me deixa melhor. Ainda que preferisse poder dormir.
Não esquenta. Façamos planos para os dias que não virão. Isso é bom. Me faz ousado e inventivo.
Não poderíamos dormir e deixar pra lá?
“A cidade fede, a cidade engorda, a cidade arrota os ossos do ofício”
(O que poderá ser dito sobre o que eu não disse?)
domingo, 13 de abril de 2008
faça assim, pegue algumas de suas coisas, bobagens que estejam agora mesmo jogadas à sua volta, que façam ou não diferença no momento (podem ser pedaços de papel rabiscados, fotos, pequenos objetos...) e guarde numa caixa ou numa gaveta. deixe-as lá por um bom tempo, não sei quanto, meses, anos; o suficiente para esquecê-las, para que deixem de fazer sentido (se é que um dia já fizeram).
aí redescubra-as, quase que por acaso. toque-as de novo, como se fossem coisas novas, que tragam lembranças, tragam de novo quem você foi (ou quem você pensou que fosse). sinta cócegas nostálgicas, sensação de vazio e pare pra pensar, na metafísica do mundo e naquela tarde deitado na grama.
queime tudo depois, antes de que possa se reacostumar com elas. veja-as pegando fogo, num arrepio impassível e num sorriso masoquista.
aí redescubra-as, quase que por acaso. toque-as de novo, como se fossem coisas novas, que tragam lembranças, tragam de novo quem você foi (ou quem você pensou que fosse). sinta cócegas nostálgicas, sensação de vazio e pare pra pensar, na metafísica do mundo e naquela tarde deitado na grama.
queime tudo depois, antes de que possa se reacostumar com elas. veja-as pegando fogo, num arrepio impassível e num sorriso masoquista.
terça-feira, 8 de abril de 2008
filosofia de botequim
- ... o nosso "pra sempre" nunca acaba, porque quando acabar vai deixar de ser "pra sempre". será qualquer coisa, menos o "pra sempre".
- acho que não entendi o que quis dizer...
-assim, podemos conceber o eterno como real e eterno, da mesma forma como o azul será sempre azul. o dia que não for mais azul será qualquer coisa, menos azul.
-Clarice me disse que a eternidade é o estado das coisas neste momento...
-ela está correta. e de acordo com essa idéia, nosso "pra sempre" nunca acabará, já que agora ele é real. e só o que é real (se é que há algo real) é o agora. se somos neste momento e só este momento é real ( e eterno), chegamos a conclusão que somos pra sempre, e...
- não importa. só diga que me ama.
- acho que não entendi o que quis dizer...
-assim, podemos conceber o eterno como real e eterno, da mesma forma como o azul será sempre azul. o dia que não for mais azul será qualquer coisa, menos azul.
-Clarice me disse que a eternidade é o estado das coisas neste momento...
-ela está correta. e de acordo com essa idéia, nosso "pra sempre" nunca acabará, já que agora ele é real. e só o que é real (se é que há algo real) é o agora. se somos neste momento e só este momento é real ( e eterno), chegamos a conclusão que somos pra sempre, e...
- não importa. só diga que me ama.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
"Se usássemos contra as propagandas de automóvel a mesma lógica com a qual se atacam filmes, desenhos animados e música rap, há muito elas estariam proibidas."
"Não vou aqui, é claro, propor mais uma destas tediosas campanhas moralistas. No entanto, é muito mais do que urgente chamar a atenção para o fato de que a relação da sociedade brasileira com o automóvel é especialmente doentia, mesmo para os padrões patológicos com que o mundo ocidental trata do assunto."
"Pode ser espantosa a constatação de que boa parte da classe média investe mais em seus carros que em casa própria. Mas ainda mais divertido é ver que essa mesma classe média, que se põe histérica ante a idéia de que o filho adolescente possa ter acesso a um cigaro de maconha ou a um videogame 'violento', vê com declarado orgulho que o mesmo adolescente 'já sabe dirigir' aos 14 ou 15 anos. Como se o carro não fosse algo muito mais perigoso que um baseado."
- LUDD, Ned (org.); Apocalipse Motorizado: A Tirania do Carro Num Planeta Poluído, pág. 10
_________________________
Apaixonado por carro como todo brasileiro?
"Não vou aqui, é claro, propor mais uma destas tediosas campanhas moralistas. No entanto, é muito mais do que urgente chamar a atenção para o fato de que a relação da sociedade brasileira com o automóvel é especialmente doentia, mesmo para os padrões patológicos com que o mundo ocidental trata do assunto."
"Pode ser espantosa a constatação de que boa parte da classe média investe mais em seus carros que em casa própria. Mas ainda mais divertido é ver que essa mesma classe média, que se põe histérica ante a idéia de que o filho adolescente possa ter acesso a um cigaro de maconha ou a um videogame 'violento', vê com declarado orgulho que o mesmo adolescente 'já sabe dirigir' aos 14 ou 15 anos. Como se o carro não fosse algo muito mais perigoso que um baseado."
- LUDD, Ned (org.); Apocalipse Motorizado: A Tirania do Carro Num Planeta Poluído, pág. 10
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Apaixonado por carro como todo brasileiro?
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Eu sou o Tenebroso,
o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro da melancolia
Eu sou Ninguém,
a Calma sem alma que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção, o Soberano de toda a alegria que existia
Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião
Pra traficaro meu futuro por um inferno mais tranquilo
Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?
(El Desdichado/ Lobão)
o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro da melancolia
Eu sou Ninguém,
a Calma sem alma que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção, o Soberano de toda a alegria que existia
Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião
Pra traficaro meu futuro por um inferno mais tranquilo
Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?
(El Desdichado/ Lobão)
terça-feira, 1 de abril de 2008
O Poeta-Operário
Grita-se ao poeta:
"Queria te ver numa fábrica!
O quê? Versos? Pura bobagem!
Para trabalhar não tens coragem".
Talvez
ninguém como nós
ponha tanto coração
no trabalho.
Eu sou uma fábrica.
E se chaminés
me faltam
talvez
sem chaminés
seja preciso
ainda mais coragem.
Sei
Frases vazias não agradam.
Quando serrais madeira
é para fazer lenha.
E nós que somos
senão entalhadores a esculpir
a tora da cabeça humana?
Certamente que a pesca
é coisa respeitável.
Atira-se a rede e quem sabe?
Pega-se um esturjão!
Mas o trabalho do poeta
é muito mais difícil.
Pescamos gente viva e não peixes.
Penoso é trabalhar nos altos-fornos
onde se tempera o ferro em brasa.
Mas pode alguém
acusar-nos de ociosos?
Nós polimos
com a lixa do verso.
Quem vale mais:
o poeta ou o técnico
que produz comodidades?
Ambos!
(...)
Maiakóvski, Vladimir (trad. de E. Carrera Guerra)
_________________________________
Pose e poesia?
"Queria te ver numa fábrica!
O quê? Versos? Pura bobagem!
Para trabalhar não tens coragem".
Talvez
ninguém como nós
ponha tanto coração
no trabalho.
Eu sou uma fábrica.
E se chaminés
me faltam
talvez
sem chaminés
seja preciso
ainda mais coragem.
Sei
Frases vazias não agradam.
Quando serrais madeira
é para fazer lenha.
E nós que somos
senão entalhadores a esculpir
a tora da cabeça humana?
Certamente que a pesca
é coisa respeitável.
Atira-se a rede e quem sabe?
Pega-se um esturjão!
Mas o trabalho do poeta
é muito mais difícil.
Pescamos gente viva e não peixes.
Penoso é trabalhar nos altos-fornos
onde se tempera o ferro em brasa.
Mas pode alguém
acusar-nos de ociosos?
Nós polimos
com a lixa do verso.
Quem vale mais:
o poeta ou o técnico
que produz comodidades?
Ambos!
(...)
Maiakóvski, Vladimir (trad. de E. Carrera Guerra)
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Pose e poesia?
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