Agora, neste exato momento, a folha de papel em branco olha para mim, num tom desafiador, me incitando a dar um fim em sua brancura com a tinta da caneta.
Confesso que hesitei por um bom tempo, cheguei a imaginar que ela sairia vencedora e voltaria triunfante pra gaveta de onde saiu. As idéias que eu julguei afiadas e extraordinárias mas traíram. Mas eis que, covardemente, resolvo apelar e desvendar o próprio impasse que se formou, o muro que se construiu entre as fantasias e as palavras. Como quem quebra o silêncio falando dele próprio, mas no fim das contas percebe que isso só piora as coisas, pois o torna mais presente.
Talvez fosse melhor falar sobre o tempo (instável) ou o trânsito (caótico). Agora martela na minha cabeça como a folha está pintada do vermelho da caneta, mas ainda continua em branco...
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Não sei por que me surpreendo, elas sempre fazem isso comigo. Mas por capricho mando-as direto para o lixo.
2 comentários:
ahuahuahua...
metalinguagem do nao escrito!
foi uma boa saiba.
quando as coisas tao muito nruins mesmo...e eu nao consigo nem escrever sobre o que eu nao consigo escrver, entao eu apelo para uma supermetalinguagem artistica-imaginativa(esse nome eu inventei agora). pego a folha e faço algum origami. e folha ta dizendo por ela mesma. é apelaçao, mas as vezes funciona.
foi uma volta de 360º...
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