sinto latejar em minhas veias
o acúmulo do tempo - coisa morta
tiquetaqueando, lento, o pulsar curto
da vida inteira, inerte, em poucas horas
o pêndulo policia meus devaneios
e anuncia a expropriação de minha miséria
enclausurada na explosão vertiginosa
desse deus pândego que constrói e joga fora
respiração ofegante, mãos dormentes,
exalto ensandecido a lâmina que corta
meu coração, essa bomba-relógio
que por compaixão ou complacência não me aborta
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a escassez do tempo, o relógio a espreitar meus passos.
é tarde, é tarde!
e o tempo que há é para construir o que se destruirá.
o ritmo da modernidade, a crença na modernidade...
e o eu suprimido pelas infinitas possibilidades.
pelo encanto, pela vontade.
P.S.: até o tempo para virar mercadoria tem que ser escasso.
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