sexta-feira, 12 de março de 2010

desencanto

"flor de perfume raro e de esquisito encanto,
ela zomba dos que (pobre deles!) sem cor
vão-lhe aos pés ajoelhar ingenuamente... enquanto
alguém não lhe magoar a boca de veludo...
e não a fizer ver, por si, que isso de amor
no fundo é amargo e triste e dói mais que tudo"

(mancha/ manuel bandeira)

"a vida é amarga. o amor, um pobre gozo...
hás de amar e sofrer incompreendido,
triste lírio franzino, inquieto, ansioso,
frágil e dolorido..."

(imagem/ manuel bandeira)
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sim, nos últimos dias voltei a folhear manuel bandeira.
reler seus poemas pela terceira ou quarta vez.
apreciar o cheiro de coisa antiga (como se já fizesse parte de mim) ao mesmo tempo em que me surpreende o ar de novidade (afinal hoje eu sou outro).

logo em seu segundo poema ("desencanto") o autor adverte: "(...) fecha meu livro, se por agora/ não tens motivo nenhum de pranto (...)". e então tive certeza, manuel, de que eu deveria passar às páginas seguintes.

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