sábado, 15 de março de 2008

[...] Pessoalmente, acho que o movimento feminista deve almejar mais do que a eliminação da opressão das mulheres. Deve sonhar em eliminar as sexualidades obrigatórias e os papéis sexuais. O sonho que acho mais fascinante é o de uma sociedade andrógina e sem gênero (embora não sem sexo), na qual a anatomia sexual de uma pessoa seja irrelevante para o que ela é, para o que ela faz e para a definição de com quem ela faz amor."



(Rubin, Gayle. O Tráfico de Mulheres: Notas Sobre a "Economia Política do Sexo", pág. 57)


5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, isso me lembrou muito aquela conversa que eu, você e a Juliana estávamos tendo no Guaracy, embora não fosse sobre a sociedade.

A citação inteira é muito interessante. Mas essa questão de eliminar os papéis sexuais é muito divergida até mesmo entre as próprias feministas.
O papel sexual é a forma com que a sociedade espera que cada um se comporte, de acordo com o sexo biológico. Forma-se todo um esteriótipo em função do órgão sexual que se possui. Só que as pessoas não são órgãos sexuais ambulantes, certo? Há o aspecto "emocional", que revela a chamada personalidade e daí são milhares e milhares de traços comportamentais que se fundem no quesito masculino/feminino, de acordo com a distinção que essa determinada sociedade faz.
A proposta da tal sociedade andrógina é interessante e bem "romântica", por assim dizer. Ao que entendi, seria como se a sociedade passasse a idéia de "Você, ser humano, ciente do seu sexo biológico e não limitado por ele, possui 'x' aptidões e pode desenvolver 'y' capacidades" ao invés de "Você, mulher (que deve ser feminina, bonita, delicada e mãe) apesar de se esforçar tanto quanto ou mais que qualquer homem, trabalhar tanto quanto ou mais, ser melhor profissional ou não (porque já se tem essa chance- de ter o mesmo cargo, mesmo ainda enfrentando certos preconceitos morais)vai receber um salário bem abaixo. Sorry, baby. É a real. Na próxima, peça para ser homem, belê?"



Acho que "sexualidade obrigatória" é uma espécie de opressão, certo? Se for perto do que eu entendi, acredito ser sim...


Ah, escrevi demais. Isso é assunto para se discutir no boteco, hahaa.

Anônimo disse...

Ah, é! Achei esse texto, é interessante.
http://www.isexp.com.br/si/site/jornal_materia?codigo=138

fernando disse...

Sei lá, talvez eu ainda tenha algumas objeções quanto a esse ideal de sociedade andrógina, mas pelo menos essa autora não defendeu que todos os homens devam morrer queimados, rs.
O ruim de se discutir o feminismo em sala de aula é que vc fica com o estigma de "macho opressor (que deve ser exterminado)".

Anônimo disse...

Ehuahaua.
Hoje eu estava voltando para casa e tinha um idiota no orelhão que começou a me secar. Juro, isso me tira do sério. Eu não sei como algumas mulheres conseguem não ligar, é uma tremenda falta de respeito, cara...
Enfim, eu virei para o cara, em modo "rude" e falei: "Tá olhando o quê?!?"
E ele, claro: "Numpóde olhá não?"
E eu: "Não, não pode não, xuxu. É falta de respeito. Quem sabe um dia você aprende."

¬¬. Tá, não foi A LIÇÃO DE MORAL. Mas aposto que ele não está acostumado a reação alguma.

Bom, causo a parte, você acha que todas as feministas acreditam que os homens devam morrer queimados?? Haahaha... Ah Fer, para vai. Eu sei que tem muita gente extremista, mas não generalize a idéia...
Eu nunca disse nenhum desses "isso"s. Que todos os homens devessem morrer queimados (embora eu deseje que alguns fossem estuprados por nigerianos e castrados...) e nem que você é um "macho opressor" por discutir algo do gênero. =P

Anônimo disse...

* que alguns sejam estuprados