terça-feira, 20 de abril de 2010

exercício

me vê e franze o cenho, numa espécie de cumprimento entre tímido e descontraído, anunciando sua chegada. seus lábios se comprimem e se alargam ligeiramente, esboçam um sorriso que não chega a despontar completamente. a certa distância diminui os passos, tornam-se eles mais lentos e calculados. em cada um deles mede a distância ideal. todo seu corpo, ritmado, flutua e não sabe.

sinto sua aproximação, meus sentidos estão atentos, voltam-se pra ela e só pra ela. por um momento estou completamente desarmado. /tento, porém, disfarçar./ sinto seu perfume, sei que é novo (não o havia sentido antes) e penso em dizer que me agrada. há algo de diferente no seu cabelo e apesar de tentar descobrir exatamente o que, me perco em tantos outros pequenos detalhes que não posso mais pensar só nos cabelos. a superfície alva. se esticar o braço posso tocá-la.

/é, mas não toco.../


//: 17/09/2010

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