segunda-feira, 12 de abril de 2010
por um instante...
"sentei-me à sua frente. como era bom rever aquele rosto tão familiar. quanto tempo havia se passado? me pareceram séculos. talvez tenha errado a conta na folhinha... deixei de pensar nisso. estava aqui, basta. deitei meus olhos curiosos nos teus detalhes. procurei lembrar-me deles, decorá-los novamente. sim, era você, não havia dúvida. mas ainda assim percebi como estava mudada. o que havia mudado? pensei novamente nos séculos passados. parecia desgastada, cansada. não o rosto, ainda iluminado e acolhedor. mas a alma (ou algo que a valha), essa sim não era mais a mesma, mais dura talvez? era outra! quis saber o que havia se passado enquanto estive fora (foram séculos?). não tive coragem de perguntar, afinal, não tinha mais o direito de saber. senti frio. pensei em coisas. parei perplexo. não era mais a mesma. natural que não fosse, as coisas se vão. tudo nos falta. o que será que faltou a ela?"
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